20/11/2019 às 11:03, atualizado em 21/11/2019 às 09:34

Secretaria de Justiça segue com ações de igualdade racial 

Programação inclui apresentações artísticas e musicais, além de homenagens aos personagens históricos e feira afroempreendedora, no Recanto das Emas e em Ceilândia

Por Agência Brasília *

Celebrado em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra se estende na programação da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), que, desde o início deste mês,  promove ações alusivas à data – referência à morte de um dos maiores líderes negros do Brasil, Zumbi dos Palmares, assassinado em 1695.

Desta quinta-feira (21) até sábado (23), as atividades ocorrem nas unidades do CEU das Artes do Recanto das Emas e CEU das Artes QNR 02, em Ceilândia. Organizada pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial da Sejus, a programação inclui apresentações artísticas, musicais, homenagens aos personagens históricos, feira afroempreendedora, entre outras iniciativas. A expectativa é que os eventos recebam 400 pessoas.

Cotas

Em relação às políticas, o secretário de Justiça e Cidadania, Gustavo Rocha, destaca como um dos mais recentes avanços neste tema a criação das cotas raciais nos concursos públicos do DF. Proposta pela Sejus, a lei que garante 20% das vagas para os candidatos que se declararem pretos e pardos foi sancionada em julho deste ano pelo governado Ibaneis Rocha. “Trabalhamos para que a população negra tenha igualdade de oportunidades, na defesa de seus direitos e no combate a todas as formas de discriminação. Essa lei é um exemplo disso e vem corrigir as desigualdades entre negros e brancos no setor público”, explicou.

Segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), apesar de representarem quase 58% dos moradores do DF, os negros ainda são minoria na Administração Pública. Apenas 40% das pessoas que trabalham nesse setor são negras. Essa população está concentrada principalmente em serviços domésticos e na construção civil.

“A desigualdade entre negros e brancos ainda é grande. Hoje os negros estão concentrados nas regiões administrativas com menor renda, ocupam principalmente profissões que exigem menor qualificação e pagam salários mais baixos e têm remuneração cerca de 20% menor que a dos brancos. Precisamos mudar essa realidade”, afirmou o subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo.

Empreendedorismo

Na área do empreendedorismo, os negros são a maioria. No primeiro semestre deste ano, eles representavam 65,7% das 297 mil pessoas trabalhando como empreendedoras no DF, segundo dados da Codeplan divulgados em outubro.Para estimular e fortalecer ainda mais o trabalho dos afro-brasileiros que decidiram ter o próprio negócio, a Sejus promove a Feira de Empreendedorismo Étnico-Racial, importante estratégia para efetivar o Programa Afroempreendedor, instituído pela Lei 5447/2015.

A feira reúne, mensalmente, na entrada do Anexo do Palácio do Buriti, diversos empreendedores negros do DF, que têm a oportunidade de vender seus produtos em estandes de moda e beleza, gastronomia, artesanato, entre outros. Uma das participantes é a artesã Fabi Mafanju. “Esse projeto está reconhecendo o trabalho das mulheres negras empreendedoras do DF”, considera.

Segundo Mafanju, a feira também é uma forma de popularizar e divulgar a cultura afro-brasileira. “A matéria-prima do meu trabalho, por exemplo, é material reciclável. Produzo peças decorativas, acessórios e roupas. Todos os nossos produtos são voltados para a valorização da cultura negra”, explicou.

 

* Com informações da Sejus