28/11/2019 às 20:29, atualizado em 29/11/2019 às 12:38

Brasília passa a integrar rede brasileira de cidades globais

Carta de compromisso foi oficializada no encerramento do I Fórum Nacional para Certificação de Cidades Inteligentes

Por Jéssica Antunes, da Agência Brasília

Projeto-piloto de carros elétricos compartilhados foi um dos destaques do fórum | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

O diretor de Desenvolvimento Regional e Urbano do MDR, João Mendes da Rocha Neto, explicou que foi realizado um chamamento de diversos atores públicos, acadêmicos e empresariais para elaborar a carta, de modo a nivelar conceitos. “A intenção é que, no final, a gente saia com uma visão minimamente alinhada de como o Brasil vai lidar com a pauta das cidades inteligentes”, resumiu.

De acordo com ele, a união de forças vai culminar em um plano de ação com elaboração de políticas públicas. “A ideia é que as instituições se corresponsabilizem pelo processo, criando um ambiente em que a sociedade possa alavancar e se ajudar na estruturação desse objetivo”, acrescentou.

Certificação

Apenas 111 países do mundo têm a certificação. Para conquistar o título, é necessário cumprir mais de cem requisitos, que nivelam conhecimento e premissas para que a cidade seja considerada apta a receber o título. São cinco categorias de certificação, estabelecidas pelo grau de transparência dos indicadores e suas políticas públicas de aprimoramento.

Na capital federal, uma auditoria autorizada pelo governador Ibaneis Rocha vai conferir se a cidade conseguiu cumprir todas as exigências necessárias para a titulação. Se tudo correr como esperado, a expectativa é de que até fevereiro Brasília seja coroada como primeira unidade inteligente do Brasil.

Para isso, o GDF investe em tecnologia e inovação, com políticas públicas eficientes aliadas a ações sustentáveis. Entre ações de destaque está a integração digital do sistema de saúde, instalação de câmeras de segurança, o programa Wi-Fi Social e o projeto-piloto de carros elétricos compartilhados.

Cidades inteligentes, sustentáveis e humanas

O conceito de cidade inteligente envolve tecnologias digitais aplicadas em estratégias para o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Em dois paineis, o fórum tratou do planejamento de cidades criativas em termos de preocupação com meio ambiente e sustentabilidade, com foco nas pessoas.

“Os tempos mudaram. Estamos diante de uma nova realidade e isso faz com que nós, do governo, pensemos de forma diferente para enfrentar desafios de serviços públicos de uma cidade que precisa ser eficiente e estar conectada a essa nova realidade”, apontou o secretário de Desenvolvimento e Habitação do DF, Mateus Oliveira.

Assim, diz Mateus, entender as transformações deve ser o norte nos governos para refletir programas e projetos visando o futuro. Nesse sentido, o chefe da pasta revelou que o GDF trabalha em um projeto-piloto que possibilitará o uso da inteligência artificial para melhorar o processo de aprovação de projetos arquitetônicos.

Só é possível acelerar a aprovação de projetos com segurança se tivermos normas objetivas. requisitos claros, parâmetros objetivos para facilitar a vida do agente público e do interessado, arquiteto, empreendedorMateus Oliveira, secretário de Desenvolvimento e Habitação do DFesquerda

O Fórum

Organizado pelo Codese-DF e apoiado pelo GDF, o I Fórum Nacional para Certificação de Cidades Inteligentes teve participação de mais de 300 pessoas de diversos setores, nas esferas pública e privada. A programação de dez horas de conteúdo foi dividida em sete paineis, com mais de 20 palestrantes e mediadores, e representantes do poder público e da iniciativa privada.

Além de tratar de Brasília como uma iminente cidade inteligente, o evento tratou das tecnologias aplicadas ao desenvolvimento sustentável,  das especificidades da região do DF, e das experiências, desafios, estratégias e caminhos para viabilizar Smart Cities.