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19/12/2019 às 09:20, atualizado em 19/12/2019 às 13:44
Filme conta trajetória do proprietário da primeira loja de peças para automóveis no DF
O terreno foi cedido, pessoalmente, por Bernardo Sayão, engenheiro da equipe do arquiteto Oscar Niemeyer e do urbanista Lucio Costa – responsáveis pela idealização e construção de Brasília.
“As pessoas achavam que eu estava doido ao vir para cá sozinho. Quando cheguei, camarada, aqui era tudo isolado, não tinha ninguém conhecido, só barulho de máquina dia e noite”, conta.
“Eu vim para Brasília por causa do Bernardo Sayão, ele era sogro de um dos Pina, família que dominava Goiás na época, e da qual meu patrão fazia parte. Um dia, ouvi uma conversa deles assim: ‘se vocês, que são goianos, não se interessam por lá [Brasília], quem vai se interessar? Vocês têm que abrir uma loja lá’”. Sugestão dada, seu Orédio assentiu e seguiu as dicas.
Graças ao esforço do pioneiro, a Induspina Autopeças, uma das raras empresas nascidas antes da inauguração da cidade – ainda em atividade – , se tornaria, em pouco tempo, uma referência no segmento.
Sobretudo porque disputava a concorrência no mercado local com uma única empresa, a Peças Moreira. Com o sucesso do negócio, veio a expansão. O lugar escolhido para a nova sede seria a 514 na W3 Sul.
Naquele ano de 1960, mesmo com a inauguração da cidade, poucos lojistas se arriscavam a ter um empreendimento na rua comercial mais popular do DF – W3. Existiam apenas a Bibabô, loja de departamentos, o restaurante Roma e a Pioneira da Borracha, essas duas ainda em funcionamento.
“Gosto muito de Brasília, vi essa cidade crescer”, afirma o empresário, que faz questão de exibir a carteirinha da Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília.
Afastado da empresa por motivo de saúde, ele dedica seu tempo, há mais de 20 anos, à fazenda Santa Rosa, a 78 km de Brasília. “Eu sou filho de fazendeiro, trabalhei na roça”, conta.
Orédio lembra ainda que, no fim dos anos 1970, quase início da década seguinte, foi considerado o maior produtor de gado Gir (raça originária do Norte da Índia) da região. “Participei de tudo quanto é exposição, tenho a parede forrada de taças que ganhei com o meu gado”, revela.