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21/12/2019 às 18:02, atualizado em 21/12/2019 às 18:07
Vice-governador Paco Britto e família almoçam com os frequentadores do local. Pernil com frutas e a tradicional farofa natalina foram os pratos principais
Na opinião da premiada chef Mara, que durante a semana almoçou no restaurante – ela nunca tinha ido a nenhum dos refeitórios das regiões administrativas -, o local tem a melhor comida da cidade. “Sou fã número um. A feira (da cidade), por exemplo, é um polo de comida tradicional nordestina. Essa mistura e migração são ricas em sabor”, salientou. “A equipe daqui manda bem. Não tinha leite condensado, mas demos outro jeito. Também recebemos doações de frutas e queijos”, exemplificou, referindo-se à equipe de 15 auxiliares de cozinha, que a ajudou no preparo dos pratos e na organização da cozinha. Cada um dos 13 chefs foi para um restaurante e teve como suporte a equipe que já trabalha nele.
A refeição, vendida a R$ 1, faz parte do Nosso Natal, ação do Governo do DF, para tornar especial a data festiva de milhares de famílias que vivem nas regiões administrativas. No caso de Ceilândia, ainda contou com um ingrediente a mais: a chef Mara levou a professora Karla Montenegro para aplicar reiki (energia vital universal) na comida. O processo durou durante todo o processo de preparo dos alimentos. “A reiki é para nutrir, alimentar e tirar a energia que não foi bem finalizada. A energia boa é para as pessoas digerirem melhor (a refeição)”, explicou.
Atrações
Além da ceia, os presentes aproveitaram o dia com atrações variadas. A criançada se divertiu com pula-pula, brinquedos infláveis, piscina de bolinhas, totó, jogos de mesa, pintura de rosto, oficina de desenho, além de ganhar balões e livros.
O pequeno Artur Silva, 4 anos, foi um deles. Após pintar o rosto com o herói preferido e não querer sair da piscina de bolinhas, nem do pula-pula, como confessou a mãe Roseli, 46 anos, ele logo esqueceu os brinquedos, pois ganhou um livro sobre orientação no trânsito, com linguagem infantil, preparado pelo Detran-DF. Nascidos em Ceilândia, mãe e filhos almoçavam tranquilamente no restaurante. “É a primeira vez que vi uma ceia aqui”, contou, feliz.
A festa, que se estendeu até 15 horas, também agradou aos adultos. Trio de forró e bandas de músicas que tocaram vários estilos não deixaram ninguém parado. Por todo trajeto entre os estandes era possível encontrar carrinhos de pipoca, de algodão doce, entre outras guloseimas.
Além disso, os visitantes contaram com serviços de orientação de aleitamento materno e de higiene bucal, proporcionados pela Secretaria de Saúde; de assistência jurídica, pela OAB/DF; de orientação de coleta seletiva, pelo SLU; de medição de glicose e pressão, pelo laboratório Sabin; além de distribuições de kits bucais, com serviços da Agência do Trabalhador, e de roupas femininas adultas, por meio do varal solidário.
A dona de casa, Sirlei Nascimento, 65 anos, há 18 anos morando em Ceilândia, ganhou um kit de higiene bucal, antes de entrar no restaurante. Ela não ficou para almoçar porque preferiu levar marmita para casa. “Estou com minhas duas filhas e uma neta me esperando. Estou gostando muito. É top com essa chef”, disse, divertida. Sirlei contou ainda que a ceia veio em “ótima hora”, pois, segundo ela, não tem condições de preparar para a família.
Também na fila, ansiosa para almoçar, Maria da Guia, 47 anos, levou toda família. “É a primeira vez que venho. A ceia foi um atrativo. É um presente de Natal”, agradeceu, com um bebê de um ano no colo e a filha de quatro anos, já com a pintura de borboleta no rosto.
Natal solidário
A solidariedade foi outro ponto positivo da festa. Várias instituições carentes e associações de assistência a crianças e adultos de Ceilândia foram beneficiadas com doações de vestuários feminino e masculino, de sapatos, de roupas de cama, mesa e banho e de brinquedos.
O administrador regional de Ceilândia, Marcelo Piauí, lembrou que é o primeiro Natal Solidário em Brasília e na cidade. “Ninguém faz nada sozinho. É uma gestão compartilhada. E, aqui, por ser a maior cidade, também tem mais problemas. Vamos continuar cuidando da cidade. Vim para não voltar”, ressaltou.
O Natal Solidário de Ceilândia contou também com o apadrinhamento da Administração Regional do Sudoeste que arrecadou vários donativos para os carentes ceilandenses. “Ficamos felizes em receber esse convite. É um prazer apadrinhar o povo de Ceilândia, pois o nosso governo existe para cuidar das pessoas”, valorizou o administrador regional do Sudoeste, Mário Lúcio de Oliveira.
Também deram apoio: Coodeplan; DER – com os banheiros químicos; a gerência da área rural, com a doação do pula-pula e da piscina de bolinhas; a Secretaria de Esportes; a biblioteca pública de Ceilândia – com a doação de dois mil livros; Corpo de Bombeiros; Detran, Polícias Civil e Militar; Caesb; Conselho de Mulheres de Ceilândia, entre outros.
Um pouco sobre a chef
Mara Alcamin descobriu a gastronomia em uma viagem a Nova York (EUA), onde foi fazer um curso de fotografia. Ela trocou o hobby pela profissão. A cozinha criativa, com temperos marcantes e mesclas inesperadas de sabores, é o diferencial dessa chef apaixonada pela culinária brasileira. Mara combina ingredientes nacionais com clássicos da gastronomia internacional. Dessa mistura inusitada, porém especial, surgiu o Universal Diner, um dos mais badalados restaurantes de Brasília.