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22/01/2020 às 15:59, atualizado em 22/01/2020 às 21:56
Batalhão de Policiamento de Cães conta com a sua ajuda para dar nome a filhote da raça pastor belga de malinois
Condicionamento
Na avaliação do capitão do BPCães Eduardo Almeida, a escolha do nome é essencial para o trabalho desenvolvido dentro da PMDF. “Desde o primeiro momento em que começamos um trabalho, precisamos dar um nome porque o cão é chamado assim”, explica. “Ele atende pelo nome por ser condicionado a isso desde pequeno. É crucial no trabalho e nos treinamentos”.
A PMDF possui 56 cães. Há exemplares das raças pastor belga malinois, pastor holandês, pastor alemão, labrador e rottweiler. Conforme a convenção, cada um deles é acompanhado e treinado por um policial distinto.
A parceria entre policiais e cães resulta em significativas apreensões de drogas, armas e explosivos. Ações de choque, intervenções táticas e patrulhamento das ruas são outras ações realizadas pela unidade, subordinada ao Comando de Missões Especiais (CME).
Evolução
Antes de participarem das missões com os policiais responsáveis, os cães passam por um longo treinamento. O trabalho é iniciado logo no quinto dia de vida, com treinos bem curtos, mas suficientes para checar as aptidões do animal.
Inicialmente, são levados a ambientes diferentes, como salas fechadas, manilhas de esgoto e locais cheios, entre outros, para flexibilização e ambientação. “O objetivo é tirar o medo deles”, explica o capitão Eduardo.
Até o quarto mês, o cão se limita a brincar. O treinamento considerado oficial começa quando o animal completa seis meses. Nessa fase, ele aprende a perder o medo e a manter a calma em situações caóticas. Passa também a ter contato com odores de substâncias e entorpecentes diversos e até de armas de fogo, munição e explosivos, a fim de apurar o faro em operações especiais que envolvam apreensão.
A fase final do treinamento, chamada de associação, é quando os cães estão aptos a identificar os odores e reconhecer as situações a que são submetidos.
Rotina
Para aprimorar as habilidades, os animais têm uma rotina regrada. São de três quatro horas de treinos pela manhã e mais três a quatro entre a tarde e a noite. A alimentação é balanceada e controlada por veterinários, que monitoram se as refeições estão sendo consumidas por completo ou não. Quando não se encontram em serviço, os animais ficam em baias de 6 a 7 metros quadrados. Eles possuem dormitório e solário para aproveitar o tempo livre.
Assim como ocorre com os canídeos, os policiais também passam por um treinamento específico focado na relação com o animal. O militar precisa se adaptar ao cachorro, o que é fundamental para estabelecer a interação necessária com vistas ao bom resultado do serviço. “É uma verdadeira parceria, amizade mesmo”, reforça o capitão Eduardo.
A PMDF conta com dois veterinários e três auxiliares para cuidar dos animais. Os cães fazem exames periódicos para monitorar a saúde, mas o zelo vai além do tratamento no batalhão. As viaturas possuem um espaço especial para acomodá-los. Além disso, os veículos são conduzidos com cuidado extremo para não machucar os animais.
Por conta de todo esse preparo, encarar um cão policial não é fácil. A mordida supera facilmente os 500 quilos de pressão. A imponência é importante para conter distúrbios civis, mas ainda assim os cães são animais dóceis, embora preparados para o trabalho duro.
O merecido descanso chega por volta dos oito anos de serviço. Devido à rotina, nessa idade, o cão começa a demonstrar sinais de cansaço. Quando isso ocorre, o animal aposenta e vai para a adoção. O primeiro da fila é o policial que trabalhava com ele e estabeleceu uma relação de amizade e carinho. Se ele não puder, outro militar pode ficar com a disputada guarda.
* Com informações da PMDF