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26/01/2020 às 12:11, atualizado em 27/01/2020 às 16:40
Serpente cotiarinha e tatu-bola-da-Caatinga são algumas das espécies que só podem ser vistas na unidade da capital
Com mais de oito milhões de espécies de animais no mundo, é natural que milhares delas sejam classificadas como raras e/ou em extinção devido aos mais variados fatores de ação humana, naturais e antrópicos. Algumas dessas preciosidades habitam no Zoológico de Brasília e podem ser apreciadas de perto pelos frequentadores. Vamos conhecê-las?
Dentro da família de mais de 826 bichos do Zoo de Brasília está a raposa-do-campo, popularmente conhecida como raposinha. O mamífero, que se alimenta principalmente de insetos e pequenos pássaros, sofreu ao longo do tempo com a caça humana e a competição com animais domésticos. Por esses e outros fatores, visitar a espécie numa ida ao Zoo é mais do que especial.
Outra preciosidade que mora na instituição socioambiental do DF é o tatu-bola-da-Caatinga, sendo o Zoo de Brasília o único a ter um exemplar em cativeiro no Brasil. De bom olfato, ele costuma cavar buracos no chão com extrema rapidez e, por vezes, se esconde dos frequentadores. Ainda assim, vale um pouco de paciência para registrar o simpático animal nos olhares ou em câmeras fotográficas. Parente do tatu-bola-da-Caatinga, o tatu-canastra que mora em Brasília é o único do país e um dos cinco em todo o mundo em zoológicos. Ele foi resgatado no Tocantins em 2014 e, desde então, encontrou abrigo e conforto no Distrito Federal.
No setor dos pequenos primatas está o sauim-de-coleira. O simpático sagui desperta a curiosidade pela sua aparência. De hábito diurno, é fácil encontrá-lo pulando pelas árvores de seu aconchegante lar no zoológico, mas extremamente raro vê-lo fora desse ambiente, uma vez que está criticamente ameaçado.
Responsável por executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e fomentar e executar programas de pesquisa, proteção e conservação da biodiversidade, o Instituto Chico Mendes (ICMBio) realiza a avaliação nacional do risco de extinção da fauna brasileira.
Os estudos estão disponibilizados no site do Instituto, que aponta: “a perda e degradação do habitat, principalmente decorrente da expansão agrícola e urbana e da instalação de grandes empreendimentos, como hidrelétricas, portos e mineração, é a mais importante ameaça para as espécies continentais”. O tempo de geração, a área de ocorrência, a maturidade sexual e outras atividades humanas também são consideradas fatores de extinção.
O Zoológico de Brasília faz a sua parte na conservação da fauna ao participar de programas nacionais e internacionais de espécies ameaçadas. A prioridade é atender às recomendações feitas por especialistas, os chamados Studbook Keepers. Esses profissionais organizam a população de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo e, de acordo com dados genéticos importantes, afirmam qual indivíduo pode reproduzir e com quem.
Tudo isso para garantir que a população mantida sob cuidados humanos seja saudável geneticamente e que contribua, no futuro, para o reforço das populações em vida livre. No caso do DF, a reprodução da serpente cotiarinha é um dos exemplos de trabalho dos especialistas. “No Zoo de Brasília, já houve registros de reprodução envolvendo a cotiarinha, apesar de ser uma espécie que ainda não participa de nenhum programa de conservação. A expectativa é que a cotiarinha possa integrar algum plano de ação nacional para a conservação de sua espécie”, acrescenta Carlos Eduardo Nóbrega.
Dentro da área de 139,7 hectares do Zoológico moram os mais de 826 animais. São mais de 185 espécies de aves, répteis e mamíferos. Também pertence ao Zoo uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), conhecido como Santuário de Vida Silvestre, somando 440 hectares, limitando-se ao Aeroporto Internacional JK e à Vila Telebrasília. Todo esse complexo é administrado pela Fundação Jardim Zoológico de Brasília.
Para conhecer esses e todos os outros animais do Zoológico de Brasília basta ir ao local, na Avenida das Nações (L4 Sul). O espaço fica aberto para visitação de terça-feira a domingo, de 8h30 às 17h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira).
Crianças de 6 a 12 anos, estudantes, idosos (acima de 60 anos), professores e beneficiários de programas sociais do governo pagam meia-entrada. Menores de 5 anos, pessoas com deficiência e seu acompanhante (se necessário) têm direito à gratuidade.
O ingresso é pago somente em dinheiro e a entrada com bebidas e alimentos é permitida, com exceção de bebidas alcoólicas e recipientes de vidro.