30/01/2020 às 17:02, atualizado em 31/01/2020 às 08:29

DF segue padrão internacional no tratamento do chorume

Diariamente, cerca de 1,2 milhão de litros do líquido resultante da decomposição do lixo passa por tratamento criterioso antes de seguir para o curso do Rio Melchior

Por Renata Moura, da Agência Brasília

“Embaixo dessas montanhas de lixo fizemos um colchão drenante, que evita qualquer vazamento do chorume e conduz o líquido em segurança para tratamento na estação”, detalha o presidente da SLU. Foto: Lúcio Bernardo Júnior / Agência Brasília

O presidente do SLU explicou que o passivo de chorume acumulado em seis lagoas de contenção é fruto do planejamento inicial de operação do aterro. “Naquele momento, a preocupação era acabar com o lixão da Estrutural. Não se pensou no tratamento do chorume”, lembra Palazzo.

Por isto, até maio do ano passado, o lixo em estado líquido era levado para a estação de tratamento de esgoto da Caesb. “A companhia foi impedida de continuar com os serviços e enquanto encontrávamos uma alternativa, começamos a construir as lagoas de contenção”, explicou.

Hoje, o aterro administra o acúmulo de 45 mil m³ de chorume. Estão abrigados em seis tanques: um com capacidade para 36 mil m³; e outros quatro, com 5 mil m³ cada. “Todos são impermeáveis, cobertos com uma capa de isolamento de dois milímetros de espessura”, explica o gerente do Aterro da Samambaia, Cícero Carlos Gomes.

O problema será resolvido até o final do ano, após licitação de empresa especializada que vai operar o tratamento de um volume maior de chorume. “É algo que vamos resolver até o final desse ano. A nova licitação, que prevê a ampliação do tratamento em cerca de 50%”, calcula Palazzo.

Segundo ele, o novo contrato vai conseguir ampliar o tratamento avançando para os resíduos acumulados nas bacias de contenção. “Hoje, a produção diária é de 800 mil litros em época de chuva. Na seca, cai pela metade e conseguiremos trabalhar o passivo”, explica.

Palazzo descarta a possibilidade de transbordo das lagoas e a consequente contaminação de lençóis freáticos. “Em função das chuvas, estamos construindo mais duas lagoas. Estamos acompanhando com técnicos isto de perto. Nunca houve nenhum caso de transbordamento, porque a gente fica em cima”, conta.