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28/03/2020 às 11:40
Emater-DF estimula a venda por telefone também como forma de ajudar pelo menos 140 pequenos e médios produtores que oferecem 87 variedades de espécies
Símbolos de amor, carinho e cuidado, as flores costumam servir, para muitas pessoas, como um alimento à alma. Com base nessa ideia, a Emater-DF decidiu estimular ainda mais a venda por tele-entrega de flores de produtores locais como forma de aliviar o isolamento social causado pelo coronavírus. Mesmo com a orientação para que todos fiquem em casa, o envio de flores pode ser uma opção para se fazer presente e também ajudar pequenos produtores do Distrito Federal.
Na última semana, cerca de 800 rosas, mais arranjos e mudas de plantas que seriam comercializadas na Central Flores foram entregues a doadores de sangue no Hemocentro (foto) e também a servidores da saúde em cinco hospitais da capital. Essa foi uma forma que os produtores encontraram de reverter os prejuízos em solidariedade e homenagear os que se propuseram a sair de casa em prol do bem coletivo.
Produtora de flores no núcleo rural Rio Preto, Rosimeyre Morais, de 44 anos, vive apenas da floricultura. Segundo ela, a queda no movimento se agravou desde o início de março. Sua mercadoria era escoada em feiras da cidade e, aos sábados, na Ceasa. Diante do surto na capital e do fechamento do comércio, ela afirmou que as vendas caíram consideravelmente.
Por meio da Cooperativa Multiflor, a expectativa é a de que um pouco da sua produção e de outros produtores sejam expostas para venda em um mercado no Lago Norte. “Plantamos muito e perdemos muitas remessas. Infelizmente, os grandes atacadistas e redes de mercados do DF não compram flores do produtor local. Não valorizam o produtor local”, afirma.
De acordo com ela, quando a oportunidade surge, fica inviabilizada devido à quantidade da demanda e os custos com logística. “Às vezes alguém até pede um buquê de flores, mas se não forem várias entregas juntas, a gente não consegue porque não compensa devido ao transporte”, aponta.
Takao Akaoka, produtor no núcleo rural de Alexandre Gusmão, em Brazlândia, que emprega atualmente oito funcionários, ressalta a dificuldade de comercialização diante dos grandes mercados. “Quem ainda está vendendo são os grandes supermercados e nesses a gente não consegue comercializar. A negociação é diferente e a gente precisa ter grande volume”, lamenta. Enquanto isso, sua produção se perde no campo.
* Com informações da Emater-DF