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02/04/2020 às 16:40, atualizado em 02/04/2020 às 16:45
Além de instruções de combate à Covid-19, pasta informa canais de atendimento para esse público
Os cuidados para evitar a proliferação do novo coronavírus entre as pessoas com deficiência é fundamental em meio a pandemia. Por isso, a Secretaria da Pessoa com Deficiência preparou informações (confira abaixo) sobre a Covid-19, formas de transmissão do vírus, principais sintomas da doença e várias maneiras de garantir a prevenção das cerca de 600 mil pessoas que tem algum tipo de deficiência na capital.
A responsável pela pasta, Roseane Cavalcante, lembra que, muitas vezes, as pessoas não se dão conta de que cada deficiência tem sua especificidade e que precisa de orientações específicas para impedir a propagação do novo coronavírus. “Os cegos precisam de audiodescrição ou braile e os surdos de materiais visuais, por exemplo. Ou seja, necessário ter uma comunicação adequada para todo tipo de público”, explica.
Entre as principais instruções, além de lavar as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel, estão a limpeza de muletas, bengalas ou qualquer tipo de equipamento de locomoção. É o que Sirlei Ribeiro, 60 anos, tem feito com a sua cadeira de rodas. O aposentado tenta ficar isolado, mas quando precisa sair, a primeira coisa que faz na volta é lavar seu meio de locomoção. “Minha rotina mudou totalmente. Antes da pandemia eu não tinha esses cuidados. Mesmo depois que tudo isso passar vou continuar seguindo essas orientações”, garante.
Charles Jatobá, 48 anos, também está atento aos cuidados para não ser contaminado pela Covid-19. “O deficiente visual precisa ter contato direto com as pessoas e com os dispositivos de segurança que estão espalhados no transporte público, por isso é muito importante lavar bem as mãos com água e sabão ou passar álcool gel”, ressalta.
O morador de Ceilândia destaca que, mesmo durante a pandemia, as pessoas com deficiência continuam precisando da solidariedade de todos. “Percebo que os outros estão relutantes em nos ajudar por medo do contato físico, mas precisamos de auxílio para atravessar a rua, para embarcar no transporte público, por exemplo”, alerta.
O texto também traz precauções para cuidadores e profissionais da saúde, como evitar ir doente para a residência do paciente; redobrar os cuidados se o paciente está num dos grupos de risco; não o expor o paciente em passeios ou banhos de sol em locais com aglomeração de pessoas e lavar as mãos e usar álcool em gel antes e depois de qualquer procedimento.
Parceria
Em parceria com as secretarias de Justiça e Cidadania, de Desenvolvimento Social e de Saúde, a pasta da Pessoa com Deficiência desenvolveu canais de atendimento voltados para esse público. Se as pessoa apresentar tosse, febre ou qualquer dificuldade para respirar e suspeitar de contaminação é só ligar para 190, 193 ou 199. Serão disponibilizadas equipes volantes para fazer o exame onde estiver.
Àqueles com deficiência auditiva, usuários de Libras, terão um plantão de serviços da Central de Interpretação de Libras (CIL), por meio de vídeo chamada. Basta ligar no número: (61) 99260-1041 ou pelo e-mail gl@sejus.df.gov.br. Pessoas com deficiência em situação de rua devem ser encaminhadas para o abrigo provisório instalado no Autódromo Internacional Nelson Piquet, situado à SRPN trecho 1, e caso seja confirmado o contágio, permanecerá isolada.
Confira orientações específicas às pessoas com deficiência:
– As pessoas com deficiência que utilizam cadeiras de rodas, muletas ou bengalas devem lembrar-se de higienizar, várias vezes ao dia e após deslocamento externo, com água e sabão, com álcool a 70% ou outro produto desinfetante o aro propulsor da cadeira e os punhos da cadeira manual, os “joysticks” (controle) de suas cadeiras motorizadas, suas muletas e bengalas, assim como as mãos que são muito utilizadas;
– Àquelas com deficiência auditiva, usuárias da Língua Brasileira de Sinais (Libras) precisam para comunicar-se utilizar bastante as mãos, na maioria das vezes levando-as ao próprio rosto. Como um dos principais vetores de contaminação são as mãos, a principal indicação para prevenir-se é a lavagem frequente das mãos, com água e sabão;
– Todo e qualquer equipamento ou utensílio utilizados pelas pessoas com deficiência no auxílio à realização de suas atividades diárias ou de trabalho, como computadores, celulares, tablets, óculos, lupa, talheres adaptados etc. devem ser frequentemente higienizados;
– Os deficientes visuais também usam bastante as mãos para leitura e reconhecimento de pessoas e objetos, além de contar com o apoio de outras pessoas para guiá-lo. Nesse sentido, é importante que aqueles que estão guiando realizem seus cuidados básicos com a higiene. Em caso de absoluta necessidade, estão disponíveis na internet aplicativos de voluntários, e ainda vale a pena contar com a ajuda de amigos e familiares, para realizar compras;
– Como as pessoas estão sendo orientadas a tossir e espirrar no antebraço, importante que a pessoa cega, ao ser guiada por alguém, pegue no ombro do guia e não no cotovelo;
– Àqueles com deficiência intelectual, que tem um comprometimento importante de autonomia e independência e que podem apresentar estereotipias ou mesmo levar as mãos à boca, é importante a lavagem das mãos inúmeras vezes ao dia e os objetos que manipula também serem higienizados.
Orientações para cuidador ou profissional que dá suporte familiar:
– Evitar ir doente para a residência de seu paciente;
– Se for um profissional que apoia atividades de vida diária, deve redobrar os cuidados se o paciente está num dos grupos de risco; deve avaliar a necessidade de sua presença e considerar a possibilidade de delegar e capacitar um cuidador familiar;
– Não exponha o paciente em passeios ou banhos de sol em locais com aglomeração de pessoas. Procure escolher horários e locais tranquilos;
– Lavar as mãos e usar álcool gel antes e depois de qualquer procedimento;
– Se for necessário, isto é, se o paciente que você cuida estiver com coronavírus, use equipamentos de proteção individual;
– Evitar usar o mesmo calçado na rua e na residência do paciente. Mantenha um calçado na residência e higienize após seu uso;
– Redobre os cuidados com higiene das mãos;
– Use Equipamento de Proteção Individual (EPI);
– Use máscaras N95, FFP2, ou equivalente, ao realizar procedimentos geradores de aerossóis como: intubação ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coletas de amostras nasotraqueais e inalações;
– Faça o descarte adequado das EPI;
– Não transite com jalecos, estetoscópios ou outros itens de trabalho em local público;
– Higienize todos os utensílios que entram em contato direto com o paciente (há, em lojas especializadas, capinhas plásticas descartáveis para uso com os equipamentos), com álcool isopropílico;
– Cuidado com a exposição a secreções, exsudatos de feridas, sangue, urina e fezes;
– Use capote descartável. Coloque e retire com técnica correta;
– Higienize equipamentos de fisioterapia (bolas, elásticos, etc.) utilizados com vários pacientes com álcool-gel;
– Cuidado com a própria saúde. Se alimente, repouse, beba água e fique atento a sinais de adoecimento;
– Cuidado com o uso de celulares durante a assistência. Higienize tablet e equipamentos eletrônicos com álcool isopropílico; Lavagem das mãos antes e após os procedimentos.