07/04/2020 às 11:44

Antigo Lixão da Estrutural ganha plantio de espécies nativas

Iniciativa é da Secretaria do Meio Ambiente. Foram 400 mudas nativas e 100 de eucalipto

Por Agência Brasília *

Nas últimas semanas de março, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) deu importantes passos para a recuperação da área do antigo Lixão da Estrutural.

Durante mais de 50 anos foram acumulados resíduos no local, próximo aos limites do Parque Nacional de Brasília, em processo de deposição irregular de rejeitos, gerando impactos negativos sobre as nascentes do parque que convergem para o Lago Paranoá.

Foram plantadas 400 mudas de espécies nativas e 100 mudas de eucalipto em um hectare do antigo Lixão. A ideia é implantar a fitorremediação para avaliar a absorção de poluentes na área demarcada e testar tecnologias inovadoras para retirada ou a estabilização de metais nos solos.

Além destas ações foram locados os poços de monitoramento para viabilizar o acesso ao aquífero para amostragem de águas subterrâneas e determinação da pluma de contaminação por chorume.  O estudo, demandado pela Sema, é desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB).

Para o secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal, Sarney Filho, os resultados desse estudo, auxiliarão o Governo do Distrito Federal (GDF) a tomar decisões quanto à descontaminação dos corpos hídricos, promovendo a reparação aos danos causados ao meio ambiente.

Atividades

Durante essa etapa, concluída no dia 24 de março, também foram plantadas duas parcelas de grãos: sorgo e girassol. Essas espécies foram escolhidas porque já apresentaram resultados positivos em estudos anteriores. Antes do plantio, a área foi gradeada e preparada para receber os experimentos de estabilização. Foram adicionadas no local, por exemplo, quatro toneladas de calcário em pó.

Finalizando esse primeiro ciclo de ações, foram coletadas amostras de solos para avaliação dos teores de metais, os quais serão comparados com os resultados de amostras a serem retiradas no futuro e, assim, se verificar a eficácia da técnica aplicada.

De acordo com o coordenador técnico do projeto, o professor da UnB Eloi Campos, tais ações, que envolveram além da universidade, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e uma empresa contratada, só foram possíveis porque são feitas ao ar livre e com equipe reduzida de profissionais, “além, é claro, de terem sido mantidas as devidas recomendações pela Covid-19”.

O projeto

A inciativa coordenada pela Sema integra as ações do Projeto CITinova – Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis, coordenado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) e gestão do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cuja execução no DF é de responsabilidade do GDF, por meio da Sema.

Entre as técnicas inovadoras a serem experimentadas no local estão também o modelo de transporte de contaminantes subterrâneos e o tratamento do chorume. Esses estudos darão subsídio para a elaboração do termo de referência para o Projeto de Recuperação da Área Degradada (Prad), de responsabilidade do Brasília Ambiental (Ibram).