12/05/2020 às 19:48, atualizado em 13/05/2020 às 14:15

Agências do Trabalhador voltam a prestar atendimento presencial

O serviço presencial foi retomado após a divulgação de uma portaria da Secretaria de Trabalho que classificou a emissão do seguro-desemprego como essencial

Por Ary Filgueira, Renata Moura, da Agência Brasília

O atendimento nas agências do Trabalhador começou a ser normalizado nesta terça-feira (12). Das 18 unidades, três ainda não voltaram a funcionar: Guará, Itapoã e a da Câmara Legislativa– esta última porque a Casa continua em teletrabalho.

Em 16 de março, o atendimento ficou restrito a cinco unidades: Ceilândia, Gama, Plano Piloto, Sobradinho e Taguatinga. O restante permaneceu em regime de teletrabalho. Nas cinco agências abertas, o atendimento presencial era condicionado à marcação prévia de horário.

Para a voltar a funcionar normalmente, a portaria determinou que as agências respeitassem as orientações protocolares da Organização Mundial de Saúde (OMS) que o Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Saúde (SES), vem seguindo. De acordo com o texto publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), “os usuários deverão, obrigatoriamente, nos termos do Decreto nº 40.648, de 23 de abril de 2020, utilizar máscaras de proteção facial, sem prejuízo das recomendações expedidas pelas autoridades sanitárias”.

Além de seguir essa orientação, a Agência do Trabalhador na Estrutural manteve o distanciamento do seu público-alvo com um improviso. Com uma fita isolante branca, os servidores sinalizaram a interdição de alguns dos acentos, fazendo com que uma pessoa ficasse uma cadeira distante da outra.

Seguro desemprego

Até as 15h desta terça (12), o atendimento presencial já estava totalmente normalizado. A média de 30 usuários atendidos por dia – aferida antes da pandemia de Covid-19 chegar com força total ao DF – já tinha sido alcançada. A maior procura, naquele posto, foi por seguro-desemprego. Vinte e cinco contra apenas cinco em busca de emprego.

Mas teve gente que buscou os dois. É o caso de Izandra Ferreira de Souza, 23 anos, moradora na Quadra 2 da Estrutural. Ela era atendente de restaurante e foi demitida do emprego em março. Desde então, tentava dar entrada no seguro, mas não conseguia porque o atendimento estava prejudicado. Depois de resolver a pendência, ela se cadastrou para uma vaga. “Quero trabalhar na área ou fazer outra coisa”, disse.

Grupo de risco

De acordo com a portaria da Secretaria de Trabalho (Setrab) no DODF dessa segunda-feira, não deverão ser realizados atendimentos às pessoas que estejam classificadas como grupo de risco. A esses usuários, o atendimento será feito por meio da “Central Alô Trabalho (Telefone 158) e dos aplicativos Sine Fácil e Carteira de Trabalho Digital, disponíveis para os sistemas operacionais Android e IOS, devendo seguir as seguintes orientações da Coordenação-Geral de Gestão de Benefícios da Subsecretaria de Políticas Públicas de Trabalho da Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho”. Esse serviço também está disponível a todos os cidadãos e não somente aos do grupo de risco.

E quem preferiu ir pessoalmente a uma das 15 agências do Trabalhador, nesta terça-feira, acabou encontrando em algumas um pouco de lentidão devido ao acúmulo provocado pelos dias de funcionamento em regime de teletrabalho.

Foi o que ocorreu com a Agência do Trabalhador no Recanto das Emas. Passava das 16h e ainda havia 15 pessoas à espera de atendimento. Naquele momento, segundo a gerente da unidade, Márcia Silva, já haviam sido atendidas 45 usuários do serviço. Douglas Paiva, 34, é morador da Candangolândia. Ele procurou o serviço no Recanto porque na sua região ainda não há uma Agência do Trabalhador.

Vendedor externo, ele saiu do trabalho e queria dar entrada no seguro-desemprego. Douglas contou que não pretendia procurar trabalhado porque pensa em abrir o próprio negócio. “Vou tentar abrir algo no ramo de vendas de produtos de maquiagem”, revelou.