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15/06/2020 às 10:59, atualizado em 15/06/2020 às 11:11
Cirurgião-dentista do hospital organiza equipe para garantir assistência à população
Em meio à pandemia, alguns serviços de saúde precisaram ser suspensos para evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), como os atendimentos odontológicos. Mas, pensando na demanda crescente dos pacientes, o cirurgião-dentista do Hospital Regional do Gama (HRG) Eduardo Eforri decidiu, junto à equipe de mais dez profissionais, manter os serviços na unidade, mesmo com todos os desafios impostos pela Covid-19.
“Sabemos a importância de dar assistência agora, porque, na frente, essa demanda acumularia e seria muito maior”, explica. “Pacientes com focos de infecção bucal, por exemplo, teriam problemas muitos mais graves se esperassem para ser atendidos. Por isso mantivemos o funcionamento, pensando no bem da população.”
O objetivo era atender as demandas mais graves e evitar um déficit na saúde bucal da comunidade, de uma forma que garantisse tanto a segurança dos pacientes quanto a dos profissionais. Para isso, conta o dentista, toda a rotina de trabalho no hospital precisou ser alterada, cumprindo as medidas necessárias e impedindo a disseminação do vírus.
Proteção para todos
“Primeiro, tomamos todos os cuidados e seguimos os critérios de biossegurança para a equipe”, relata Eduardo Eforri. “Garantimos a paramentação dos servidores com equipamentos de proteção individual [EPIs] nos atendimentos. Todos sempre usam proteção para evitar a exposição e a contaminação, e mantemos, no máximo, uma dupla de profissionais por consultório.”
Além disso, é respeitado o tempo de espera de três horas até usar a sala novamente. A medida é necessária, pois um dos principais meios de circulação do vírus é pelo ar. “A vantagem é que nossos consultórios têm divisórias e trabalhamos em mais de uma sala, ou seja, podemos revezar de local enquanto é feita a desinfecção”, informa o dentista.
A nova rotina também mudou o atendimento. Aos pacientes, que precisam usar uma proteção especial, é recomendado levar poucos acompanhantes. Chamado de campo fenestrado, o material é esterilizado e cobre parte do corpo do paciente, deixando apenas a área do procedimento exposta.
Urgência e emergência
Com as medidas, foi possível manter os atendimentos odontológicos no HRG mesmo em tempos de coronavírus. Durante a pandemia, o hospital da rede pública foi o que mais fez procedimentos ambulatoriais de urgência e emergência desse tipo – como remoção de cáries e colocação de próteses dentárias.
Somente entre abril e maio, foram marcadas no HRG 238 consultas eletivas e feitos 249 atendimentos no pronto-socorro relacionados à saúde bucal. Antes da pandemia, a média mensal chegava a cerca de 500 atendimentos, contando eletivos e de urgência/emergência.
“O que ocorreu agora foi uma diminuição dos eletivos e um aumento nos casos de urgência e emergência, mas mesmo assim alcançamos uma média mensal aproximada, apesar da pandemia”, destaca Eforri.
Escala
Para garantir que os serviços mantenham a mesma média, toda a equipe, formada por cirurgiões-dentistas e técnicos de higiene dental (THD), se mobilizou no sentido de aumentar a escala do pronto-socorro da odontologia.
“Uma coisa unânime na equipe é que todos estão satisfeitos em manter os atendimentos, mesmo enfrentando riscos diários”, complementa o dentista. “Sabíamos que isso poderia se tornar um problema mais sério no futuro, mas era uma necessidade, e decidimos que o serviço seria mantido.”
O pronto-socorro voltado a serviços odontológicos funciona no HRG de segunda a sexta-feira, das 19h à meia-noite, e nos sábados e domingos, de 7h às 19h. O atendimento é de porta aberta.
Caso seja identificada no tratamento a necessidade de um procedimento mais complexo, o paciente é encaminhado ao ambulatório do HRG, por meio da Central de Regulação.
* Com informações da SES