16/06/2020 às 10:27

Tratamento para AVC ganha destaque em revista científica

Trabalho de neurologistas da Secretaria de Saúde foi validado na The New England Journal of Medicine, periódico de maior prestígio na medicina global

Por Agência Brasília * | Edição: Renato Ferraz

Uma pesquisa protagonizada no Hospital de Base pela neurologista Letícia Costa Rebello e os neurocirurgiões Eduardo Waihrich e Bruno Parente, todos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foi reconhecida e validada na revista The New England Journal of Medicine (NEJM), considerada o periódico de maior impacto na medicina mundial.

O estudo, chamado de Resilient, foi desenvolvido em conjunto com outros pesquisadores e especialistas brasileiros, sendo financiado pelo Ministério da Saúde para comprovar a eficácia da trombectomia mecânica em casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico agudo no Brasil. Os trabalhos apontaram que os pacientes submetidos ao tratamento tiveram mais chances de reduzir sequelas (ou até mesmo ficarem sem) e de continuarem independentes em suas atividades diárias, mesmo depois de um episódio de AVC.

Foto: Breno Esaki/Saúde-DF

Na trombectomia mecânica, um cateter é usado no AVC isquêmico para desobstruir um vaso sanguíneo no cérebro de forma mecânica, removendo o coágulo com o uso de um cateter de tromboaspiração. A prática é indicada para os casos mais graves, que correspondem entre 30% a 40% dos pacientes que têm AVC.

De acordo com a especialista da Secretaria de Saúde, a técnica é utilizada apenas quando a medicação sozinha não é suficiente. “Um exemplo que costumo usar é quando se tem um cano entupido. Se pode jogar soda cáustica para desentupir. Mas quando isso não funciona, você chama um bombeiro. Caso a medicação não funcione, fazemos o procedimento de trombectomia, para retirada mecânica do coágulo de sangue responsável por obstruir um vaso sanguíneo”, explica a neurologista.

Atualmente, o único tratamento aprovado pelo SUS é a trombólise, em que os coágulos desse tipo são dissolvidos por meio de medicação, chamada Alteplase.

* Com informações da Secretaria de Saúde-DF