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08/07/2020 às 17:20, atualizado em 08/07/2020 às 21:01
O terreno do Biotic, com um milhão de metros quadrados, fica ao lado da Granja do Torto e reunirá as empresas de tecnologia
Por reunir os três poderes, Brasília ficou conhecida no resto do País como a capital da política. Porém, um projeto audacioso, pensado há quase uma década, mas que só começou a sair do papel agora, na gestão do governador Ibaneis Rocha, levará o DF a assumir a posição de ser também um centro da tecnologia. Uma espécie de Vale do Silício brasileiro.
Para pavimentar esse caminho da transformação, o governador assinou nesta quarta-feira (8) um contrato que cria o Fundo de Investimento Imobiliário do Biotic S.A., que tem como meta arrecadar recursos da iniciativa privada para levar infraestrutura e desenvolvimento a essa cidade da inovação.
O Biotic é um empreendimento imobiliário de grande porte, projetado para ser um bairro vibrante, harmonizado com o meio ambiente, no conceito de bairro inteligente, com escritórios, universidades, comércios, residências, praças e parques que se integram perfeitamente com a riqueza da paisagem circundante, o melhor ambiente para receber pessoas que criem inovações com foco em mercados como GovTec, FoodTec e HealthTec.
O parque tecnológico pretende ser o polo da tecnologia brasileira, concentrando empresas de vários segmentos de inovação, como as startups (informática) e de tecnologia. A exemplo do que ocorre na Califórnia (EUA), onde o Vale do Silício reúne gigantes como Apple, Facebook e Google.
O terreno que abrigará as empresas de tecnologia fica situado ao lado da Granja do Torto. São um milhão de metros quadrados destinados à Biotic, empresa 100% da Terracap. “Trata-se de um empreendimento fantástico. Os recursos desse fundo serão aplicados no local”, explicou o presidente da Terracap, Izidio Santos Junior.
O Banco de Brasília (BRB), por intermédio da BRB DTVM, será o administrador desse fundo e responsável pela captação de investidores para a Biotic. A instituição também será parceira e emprestará sua credibilidade à cidade tecnológica, onde irá construir um centro de inovação, além de trazer uma aceleradora de start-ups. “Isso vai estimular a ida de empresas para lá”, prospecta o presidente do BRB, Paulo Henrique.
Para ele, alguns fatores contribuem para atrair o olhar das empresas. Segundo o presidente destaca, a posição logística de Brasília, por se concentrar no centro do País, sua importância como capital da República e qualidade das instituições de ensino são alguns desses atrativos. “Será um marco histórico. Pela primeira vez, a Biotic começa a tomar corpo e posicionar Brasília como um centro de inovação”, emenda.
A visão de Paulo Henrique é corroborada por Vitor Bidetti, que é sócio-fundador e CEO da Integral Brei, empresa gestora de ativos especializada na estruturação de projetos e que vai fazer a gestão do fundo da Biotic.
A Biotic possui uma característica de ser um fundo verde – que tem enfoque nas questões ambiental e sustentável – e também é identificada no cenário econômico como ESG (environmental, social and governance, que significa ambiental, social e governança).
“A Biotic reúne tudo o que diz respeito a investimentos responsáveis. É uma cidade inteligente e com enfoque ambiental, social e governança. Então, quando a gente junta esses elementos num cenário pós-pandemia, distrito de inovação, tendo como veículo de investimento um fundo imobiliário ASG (ou ESG), é um case internacional”, afirma Vitor Bidette.
A lei que criou a Biotic é de 2001. Desde então, a normativa dormitava nos escaninhos do Palácio do Buriti em gestões passadas. O presidente do Biotic/Terracap, Gustavo Dias Henrique, destaca a importância e o empenho do governo para tirar do papel o projeto. “O parque tecnológico é projeto que vem de longos anos e que agora no governo de Ibaneis Rocha gerou-se toda uma força motriz para que esse projeto de fato saia do papel”, afirma.