04/09/2020 às 19:34, atualizado em 04/09/2020 às 19:47

Um resgate da origem da construção de Brasília

Integração do GDF revitalizará Conjunto Fazendinha, na Vila Planalto, que ainda abriga edificações erguidas antes da inauguração da capital

Por Jéssica Antunes, da Agência Brasília | Edição: Fábio Góis

Necessidade de restauração e manutenção do local foi apontada pelos próprios moradores | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Com a criação do grupo de trabalho, os integrantes poderão definir o plano de ação. “Tudo o que for estabelecido vamos trabalhar para executar em parceria com os outros órgãos”, avisa o presidente da Novacap, Fernando Leite.

A revitalização do Conjunto Fazendinha vai ao encontro dos princípios da atual gestão. “A principal missão dada pelo governador [Ibaneis Rocha] é recuperar os espaços públicos e a nossa cidade. Estamos fazendo isso com, eu diria, relativa competência e com o fator importantíssimo que é a integração dos órgãos”, define o secretário de Governo, José Humberto Pires.

“Nossa cidade fez 60 anos, mas não é uma senhora de idade. É uma jovem que precisa de cuidado, trato, zelo para que se apresente da forma que ela é para o Brasil e para o mundo. Além de ser ponto cultural, tem aspecto que pode ser relevante na área de turismo”, arremata.

Projeto turístico-cultural

O projeto da Rota Cultural e Turística da Vila Planalto envolve diversos órgãos. Ela terá início e fim nos arredores da tradicional Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, um marco cultural e arquitetônico da Vila Planalto fundado em 2 de abril de 1959.

O trajeto engloba ruas compartilhadas, com mais espaço e vez para pedestres, sinalização dos pontos turísticos, drenagem, preservação do conjunto tombado pelo patrimônio histórico, adequação de obras desconformes e edificações irregulares, qualificação dos espaços urbanos e desenvolvimento social e turístico.

Histórico

A Vila Planalto foi criada em 1957 para abrigar os acampamentos de operários que trabalhavam na construção da capital. O tombamento como Patrimônio Histórico do DF veio em 1988. O plano inicial era remover os trabalhadores após a inauguração de Brasília e transferi-los para as chamadas cidades-satélites – na nomenclatura atual, as denominadas regiões administrativas do Entorno.

Entretanto, seis acampamentos permaneceram no local, privilegiado pela proximidade com o centro do poder político e à beira do Lago Paranoá – fica a cerca de 500 metros do Palácio do Planalto, por exemplo. A cidade preserva características da época da construção, com reconhecido valor histórico no processo de ocupação do DF.