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10/09/2020 às 11:22, atualizado em 10/09/2020 às 12:02
Sejus lança as ações ‘Vamos dar as mãos?’, direcionada à sociedade em geral; e ‘+ Vida no Sistema Socioeducativo’, específica para esse segmento
Crianças e adolescentes também são atingidos por depressão, ansiedade, baixa autoestima, falta de perspectiva, frustrações e outras questões que afetam sua saúde mental. Para alertar e conscientizar a população do DF a promover uma cultura de escuta e acolhimento diante do sofrimento psíquico desse público, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) realiza, neste mês, campanhas de prevenção à violência autoprovocada nessa faixa etária.
São duas ações: “Vamos dar as mãos? ”, direcionada à sociedade em geral; e “+ Vida no Sistema Socioeducativo”, específica para as unidades do Sistema Socioeducativo do DF. As campanhas marcam o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado nesta quinta-feira (10), em referência ao Setembro Amarelo.
A proposta é contribuir para que esse tema deixe de ser um tabu, especialmente quando se trata de pessoas com menos de 18 anos de idade, como lembra a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “Ao contrário do que muitos imaginam, nossas crianças e adolescentes também precisam lidar com o sofrimento psicológico. Por isso, devemos ficar alertas para identificar os sinais de que algo não está bem e conversamos mais com nossas meninas e meninos”, afirma.
A Turma do Sejuquinha no Setembro Amarelo
Para ajudar as famílias nesse diálogo, a Sejus lança, nesta quinta-feira (10), a cartilha “A Turma do Sejuquinha no Setembro Amarelo”, como principal ação da campanha “Vamos dar as mãos? ”. A publicação já está disponível em versão digital no site da Secretaria www.sejus.df.gov.br.
Com uma linguagem adaptada ao público infantil, a revista em quadrinhos consegue de forma sutil falar com seus pequenos leitores sobre valorização da vida, amor próprio e bullying.
“Podemos abordar esses assuntos em qualquer idade, mas de formas diferentes, considerando a faixa etária. No caso das crianças, é por meio das brincadeiras e da fantasia que elas conseguirão se expressar. E essa é a proposta da nossa revistinha”, enfatiza Passamani.
Além da versão on-line, serão impressos exemplares para distribuição gratuita nos conselhos tutelares, que poderão repassar os materiais durante os atendimentos. Os almanaques também serão enviados para a campanha Vem Brincar Comigo 2020, promovida pelo GDF para arrecadar brinquedos e livros infantis, que serão doados a crianças em situação de vulnerabilidade entre 5 e 12 de outubro, quando é comemorado o Dia das Crianças.
Campanha + Vida no Sistema Socioeducativo
Com os adolescentes do Sistema Socioeducativo, os temas de valorização da vida e prevenção ao suicídio são abordados por meio de oficinas, saraus, palestras sobre saúde mental, rodas de conversa e plantio das sementes de girassol, flor que representa vitalidade e alegria.
As atividades já ocorrem desde o dia primeiro deste mês nas unidades de meio aberto, semiliberdade e internação do DF, as quais são administradas pela Sejus.
As ações desenvolvidas auxiliam os socioeducandos a refletirem sobre seus novos projetos de vida e sobre a importância do autocuidado e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, por exemplo.
“A vida é cheia de surpresas, né? Hoje em dia eu sonho em voltar para casa, refazer a minha vida e estudar”, disse L.O, de 17 anos, que cumpre medida de internação na Unidade de Planaltina. E não faltam sonhos e planos para o adolescente, que pretende cursar administração pública e um dia ser servidor concursado. “O sistema socioeducativo está me ajudando a pensar diferente, a refletir sobre os meus erros e a ser uma pessoa melhor”, concluiu.
Todo o planejamento das atividades realizadas nas unidades do Sistema Socioeducativo segue as orientações sanitárias necessárias para evitar a propagação do novo coronavírus – como o uso das máscaras de proteção, de álcool gel e respeito ao distanciamento social.
Dados estatísticos
A preocupação da Sejus em relação à saúde mental das crianças e adolescentes tem como base os dados estatísticos que evidenciam uma situação alarmante em relação aos casos de suicídio entre a população jovem.
De acordo com a pesquisa divulgada em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito. No Brasil, a situação não é diferente. O suicídio é a quarta causa de morte entre pessoas nessa faixa etária. Entre 2011 e 2017, foram registrados 80.352 óbitos por suicídio, dos quais 27,3% ocorreram na faixa etária de 15 a 29 anos.
Para especialistas da saúde, é importante que familiares fiquem atentos aos sinais de alerta do suicídio, que são indicados por postagens de textos ou imagens tristes nas redes sociais.
A falta de esperança, expressão de ideias ou intenções suicidas, diminuição ou ausência de autocuidado, alterações de humor, crescente isolamento de amigos/família e a autoagressão também são indicativos de pensamentos destrutivos.
* Com informações da Sejus