14/09/2020 às 10:26, atualizado em 14/09/2020 às 13:34

Cultura: 3,2 mi para projetos e reforço na economia criativa

São oito propostas que, juntas, vão gerar 3 mil empregos diretos e indiretos

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

Após concluir 80% da autorização de pagamento para o FAC Prêmios Brasília 60 anos, que aportou R$ 2 milhões de reais para 500 contemplados nesse período de pandemia, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) do Distrito Federal empenhou, nesta segunda-feira (14), R$ 3.242.871,00 para oito projetos que, juntos, vão gerar 3 mil empregos diretos e indiretos. São eventos contemplados pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) nos editais Audiovisual 2018, Áreas Culturais 2018 e Ocupação 2019, cujos proponentes são pessoas jurídicas.

Com esse empenho, a execução financeira do FAC avança concomitantemente à aplicação de outros instrumentos, como o Termo de Fomento (TF), movimentando substancialmente a cadeia da economia criativa do DF. “Esse é um momento em que toda a atenção da Secec se concentra na geração de emprego e de renda para os trabalhadores e trabalhadoras do Distrito Federal ao mesmo tempo em que estamos levando para a sociedade brasiliense uma cultura diversificada e de qualidade”, conta o secretário Bartolomeu Rodrigues.

Eventos

Dos projetos empenhados nesse lote de 3,2 milhões, encontram-se importantes eventos calendarizados no Distrito Federal, de projeção nacional e com referências na mobilização e formação de plateia, com ações educativas e inclusivas. São eles:

1 “Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília” (R$ 400 mil/Cena Promoções), que realizou a vigésima edição em 2019;

2 “Movimento Internacional de Dança/MID” (R$ 400 mil/Instituto Bem Cultural), em sua sexta edição;

3 “Festival Internacional Novadança” (R$ 399.691/Associação Amigos do Futuro), em sua vigésima edição;

4 “Festival do Teatro Brasileiro (FTB) – Cena Distrito Federal, etapa Bahia” (R$ 399.980/Alecrim Produções).

Este último acabou de ganhar o Prêmio Brasil Criativo, um dos mais importantes do país, na categoria Artes Cênicas.

Impacto pós-Covid

Subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural, João Moro acredita que a cultura do Distrito Federal vai sentir o impacto das verbas que estão sendo liberadas agora em 2021, já que muitos dos projetos são de circulação de teatro e dança, de encontros, de festivais e de shows. “Para esses certames que foram pensados e avaliados antes da Covid-19, a expectativa é de que essa produção escoe, com mais intensidade, no pós-pandemia.

O importante é que os proponentes estejam com o recurso aplicado em suas devidas contas bancárias do Banco de Brasília (BRB) para que possam desempenhar suas ações assim que se estabeleçam o encontro presencial entre palco e plateia”, observa o subsecretário.

Além desses proponentes, foram empenhados no DODF desta segunda-feira: R$ 700 mil para os projetos Núcleo Criativo do Quartinho (Quartinho Direções Artísticas; R$ 500 mil para o Programa Educativo Museu Nacional da República (Tuia Arte e Produção); R$ 400 mil para o Encontro Nacional de Festivais Independentes (Vilalobos Empreendimentos) e R$ 43,2 mil para Associação Comunitária de Radiodifusão de Samambaia.

Desde que foi decretada a pandemia da Covid-19, em 17 de março, a Secec acelera o andamento do trâmite de editais anteriores (Mais Cultura em fase de análise de recursos de mérito pelo Cafac; e FAC Regionalizado, em organização de propostas para avaliação) ao mesmo tempo em que opera o pacote de ações do Conecta Cultura (FAC Prêmios, FAC Online, Brasília Junina), que aportou R$ 4,5 milhões nessa situação emergencial de atividades culturais paradas.

Nesse meio tempo, lançou o edital Visual Periférico, com R$ 9 milhões para 13 linhas da cadeia criativa do audiovisual, que segue com inscrições abertas e trouxe cotas para mulheres negras e indígenas.

“Estamos vencendo toda e qualquer adversidade para deixar a Secretaria de Cultura e Economia Criativa pronta e apta a lidar com novos desafios, como a gestão da Lei Aldir Blanc”, observa o secretário-executivo, Carlos Alberto Jr., que coordena a gestão dos recursos emergenciais para a Aldir Blanc no DF.

A Secec cadastrou e aprovou os dois Planos de Ação para as linhas 1 (pessoa física) e 2 (espaços culturais, grupos, microempresas, etc.) na plataforma do Ministério do Turismo. Com a sociedade civil, por meio do Comitê Consultivo, afina o bloco de editais da linha 3 e a portaria ampliada para regrar a métrica de pagamento da linha 2. “Desde o dia 19 de agosto, abrimos os cadastros de forma antecipada para ganhar celeridade quando os recursos forem repassados”, completa o secretário-executivo.

Termos de fomento diminuem desigualdade

Em frente estratégica, a Secec opera os Termos de Fomento por meio da Secretaria de Difusão e Diversidade Cultural. De janeiro a julho de 2020, foram 19 projetos executados em 31 regiões administrativas, com repasses da ordem de R$ 6,4 milhões e geração de 1.970 empregos diretos e 3.937 indiretos.

“São ações de impacto para toda a população do DF, com foco nas Regiões Administrativas (RAs), como a Caravana São João e o Circuito Drive-in nas Cidades. Entendemos, assim, que diminuímos a desigualdade social e aumentamos o acesso à cultura”, conta a subsecretária Mirella Ximenes.

Festival de Cinema Garantido

A Subsecretaria de Economia Criativa avança em política de valorização do grafite no DF, com editais para Planaltina (em fase recursal) e Galeria dos Estados (a ser lançado em outubro). Juntos, esses certames vão criar empregos para 115 artistas de rua.

“O grafite é uma arte destacada no plano de execução da Secec, com um Comitê instituído entre governo e sociedade civil. Somos a primeira unidade da Federação que criou um decreto para pensar e fomentar essa expressão artística de rua”, destaca a subsecretária Érica Lewis.

Em outra frente, Érica planeja os detalhes para a realização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (programado para dezembro). Nesse momento, a Secec seleciona a Organização da Sociedade Civil (OSC) que vai produzir o evento. “Em dezembro, teremos garantida a continuidade do Festival de Brasília de forma híbrida (drive-in e plataformas virtuais). Será uma edição histórica”, comemora a subsecretária.

Canteiro de obras

Na Subsecretaria do Patrimônio Cultural, o clima é de canteiro de obras para o Museu de Arte de Brasília (MAB), em fase final de conclusão. Durante a pandemia, vários equipamentos da Secec tiveram melhorias físicas, como a Casa do Cantador, o Museu Vivo da Memória Candanga e o Espaço Oscar Niemeyer. Nesse período, comandada pelo secretário Bartolomeu Rodrigues, uma equipe da Secretaria visitou esses equipamentos para definir reparos apontados pelos gerentes.

“Aproveitamos o fechamento desses espaços culturais para uma ação de manutenção em cada equipamento, a fim de  receber o público, com mais qualidade, em sua iminente abertura”, aponta o subsecretário Demétrio Carneiro.

Teatro Nacional é prioridade

Motivo de união no GDF, o empenho de recursos para a aguardada e completa revitalização do Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS) ganhou força, na última sexta-feira (11), quando o Banco de Brasília (BRB) assinou protocolo de intenções com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

Juntos, farão a análise financeira das ações de revitalização do Teatro Nacional. Patrimônio tombado, o teatro é referência cultural e arquitetônica do Distrito Federal, além de relevante ponto turístico do conjunto urbanístico de Brasília.

“Esse é um passo decisivo para que possamos reabrir as cortinas de um dos palcos mais importantes do Brasil. O Teatro Nacional passa a integrar as prioridades do governo do Distrito Federal para dar início a uma nova fase de transformação do país, quando finalmente superarmos a crise da pandemia. A cultura é a alma do povo, e Brasília, patrimônio da Humanidade”, destacou Bartolomeu Rodrigues.

* Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa