20/09/2020 às 12:19, atualizado em 20/09/2020 às 12:33

Obras das galerias de águas pluviais estão 90% executadas

São mais de 10 km de tubulações. A construção contribuiu, até agora, para a geração de emprego e renda dando 800 oportunidades diretas e indiretas

Por Ana Luiza Vinhote, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

“Antes eu corria entre ‘trancos e barrancos’, como costumava dizer. Tinha muito barro”, lembra. “A minha expectativa é que agora não tenham alagamentos e enchentes”, observa a corredora Milena Azevedo. Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

“Finalmente, depois de tantos anos de lama, por causa da chuva, e poeira, devido à seca, acredito que todos esses serviços vão melhorar a nossa qualidade de vida”, comenta o morador da rua 12.

Milena Azevedo, 35 anos, concorda com Antônio João. Ela costuma praticar exercícios na rua 3, onde mora. Lá, as obras das galerias de águas pluviais já foram concluídas.

“Antes eu corria entre ‘trancos e barrancos’, como costumava dizer. Tinha muito barro”, lembra. “A minha expectativa é que agora não tenham alagamentos e enchentes. Quando chovia, os carros ficavam destruídos”, afirma a servidora pública.

Infraestrutura

O subsecretário de Acompanhamento e Fiscalização de Obras da Secretaria de Obras e Infraestrutura, Ricardo Terenzi, explica que as galerias de águas pluviais são fundamentais para a infraestrutura de qualquer cidade.

“O objetivo é captar a água da chuva, por meio das bocas de lobo, para que ,em seguida, transborde nas lagoas de contenção da região”, informa. Atualmente, 20 estruturas estão prontas e duas estão em execução.

Segundo Terenzi, há duas formas de construir as galerias: escavando ou implodindo. No caso das implosões, é preciso usar artefatos pirotécnicos por causa do solo rochoso. O material foi aprovado e autorizado pela Polícia Civil do DF (PCDF) e, em seguida, todas as medidas de segurança necessárias foram adotadas para evitar danos a moradores e comerciantes, como vistorias antes do início dos serviços.

Daniel de Castro, administrador de Vicente Pires, ressalta que as medidas visam preparar a região para a temporada chuvosa. “Estamos com os serviços quase finalizados para que não ocorram alagamentos, enchentes e desastres. Limpamos os bueiros e retiramos 40 toneladas de lixo”, reforça.

Ainda de acordo com Castro, a administração trabalha na urbanização e embelezamento da cidade. “Foi algo que se perdeu ao longo do tempo. Além do asfalto, tapa-buraco e calçadas, estamos fazendo as sinalizações horizontais e verticais, placas, lombadas”, completa.

Lagoas de detenção

A função das lagoas de detenção é receber água da chuva e espalhar energia dela, para levar aos córregos de maneira que não provoque danos ambientais.

A correnteza é captada pelas bocas de lobo e vai para as galerias subterrâneas até chegar aos dissipadores. Neles, há quebra da energia e redução da velocidade da água, que chega à lagoa e à natureza sem causar problemas.

A maior estrutura fica na rua 4. Com 11,5 mil metros quadrados de extensão e 3,5 metros de profundidade, ela tem capacidade de armazenamento de até 33 milhões de litros d’água. A vazão é de uma piscina olímpica a cada dois minutos.

Histórico de obras

O processo de revitalização pelo qual passa Vicente Pires teve início em maio de 2019, quando uma força-tarefa composta por várias secretarias e empresas públicas chegou à cidade. O ritmo dos serviços de implantação de asfalto, rede de águas pluviais e calçadas, que até então era bastante lento, acelerou. Após a criação de um Gabinete de Gestão de Crise para dar celeridade aos trabalhos, foram executadas mais de 70% das obras. O investimento é de R$ 542 milhões.

Para chegar à marca histórica de execução de serviços, não foi tarefa fácil. O primeiro desafio da atual gestão foi vencer as barreiras acumuladas a cada ano de atraso dos serviços. Com os contratos entre empreiteiras e governo celebrados na gestão anterior, o governador Ibaneis Rocha trabalhou para destravar na Justiça o orçamento engessado que herdou e conseguir novos recursos para equalizar a dívida com as empresas.

Depois de resolvida a questão burocrática, o GDF voltou ainda mais suas atenções para a cidade. Vicente Pires tem 11 ruas e também abrange a Colônia Agrícola Samambaia, o Jockey Clube e a Vila São José. Essas localidades estão contempladas em 11 lotes, como foi dividido o serviço entre empresas vencedoras de licitação.