29/09/2020 às 20:51, atualizado em 29/09/2020 às 21:02

Homenagem para quem doa vida

Para celebrar o Dia do Doador de Órgãos, almofada com estampa verde em formato de coração foi o símbolo escolhido para familiares de doadores

Por Agência Brasília * | Edição: Fábio Góis

Cartas de quem recebeu órgãos foram lidas para os familiares dos doadores| Foto: Agência Saúde

Dona Palmira só consegue agradecer. “Muita saudade do meu filho, mas também muito feliz por essa pessoa que está enxergando hoje com os olhos que ele deixou. Para mim é maravilhoso, só tenho a agradecer a Deus. Muito obrigada”, disse a dona de casa, emocionada.

Gilmar faleceu em fevereiro, em casa, por engasgo. A mãe estava em viagem e quem precisou decidir foram o pai e os irmãos. “Hoje a maioria de nós já manifestou o desejo de ser doador”, conta Jovisleide, a irmã que auxiliou na decisão.

Mãe do doador Wenderson, Lilian de Oliveira não conteve a emoção diante da homenagem | Foto: Agência Saúde

Nesse momento fez-se uma pausa, e ela abraçou o presente. “Esse gesto meu [abraço em meio às lágrimas por trás dos óculos]… Assim, na hora você não tem reação nenhuma. Eu tive que constatar o óbito, tive que fazer tudo. E foi doído. O meu menino veio me perguntar: ‘Mãe, você vai doar’? Aí eu lembrei que tinha um documento muito antigo, eu não sei se eu guardei. Mas aí eu disse ‘vai’ [doar]. E a minha neta disse: ‘O que a senhora fizer para mim tá bom’. Espero que a pessoa que tenha recebido esteja bem satisfeito, que esteja iluminando a vida”, desejou Lilian com lágrimas nos olhos, diante do carinho recebido.

Dessa vez quem entregou o mimo foi a residente de enfermagem Mylena Moreira. E, assim, a equipe despediu-se com um longo e repetido adeus, ao portão da casa de esquina no Sol Nascente.

O recomeço

Bernardo Teixeira e Ana Passarela são pais da pequena Mariana e receberam o presente da equipe da Central de Transplantes na tarde desta terça-feira (29). Emocionados, eles lembram da pequena que ajudou a salvar outras vidas. O gesto de amor que fizeram após o falecimento da filha significou o recomeço para outras famílias.

Veja o momento em que Ana recebe o presente com uma carta com agradecimentos de quem recebeu órgãos:

Para ser um doador…

Há dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorde com a doação de um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e parte do pulmão.

Nesses casos, geralmente os doadores são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. Tratando-se especificamente da medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) para ser um candidato à doação.

O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação autorizada pela família.

Para ser doador, nos casos de falecimento, basta informar à própria família sobre a vontade de doar, pois somente ela pode autorizar a doação dos órgãos após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento por parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas.

* Com informações da Secretaria de Saúde