12/10/2020 às 10:14, atualizado em 13/10/2020 às 14:49

Doação, o alimento dos grupos socioassistenciais

Distribuição de cestas verdes com frutas, verduras e tubérculos garantem as condições mínimas de funcionamento a entidades beneficentes do DF

Por Rosi Araújo, da Agência Brasília | Edição: Fábio Góis

Na segunda reportagem da série* sobre a rede de solidariedade alimentar em curso no DF, a Agência Brasília mostra como a iniciativa – baseada na integração de instituições públicas, com engajamento da sociedade civil – garante o funcionamento de grupos socioassistenciais por meio de compra ou doação de alimentos.

Maria Meire é vice-presidente do Lar da Criança e dimensiona importância das doações / Agência Brasília

A vice-presidente do Lar da Criança, Maria Meire Nascimento, diz que o serviço é ainda mais fundamental para a alimentação dos assistidos no atual contexto da pandemia de Covid-19, com a consequente diminuição das doações. “É como estamos sobrevivendo, porque com a nossa verba não daria para pagar funcionários, encargos e alimentação”, admite.

Acolhimento

O Lar da Criança Padre Cícero funciona como abrigo para crianças de 0 a 2 anos que estão em situação de vulnerabilidade e são encaminhadas à entidade, uma vez constatado abandono ou maus-tratos, pela Vara da Infância e do Adolescente do Distrito Federal. Elas permanecem no abrigo até decisão judicial.

Os 14 pequenos que moram no lar recebem alimentação e vestuário. Lá eles também praticam atividades lúdicas, recebem atendimento médico e têm acompanhamento de serviço social. Além desse serviço de abrigo, a creche acolhe outras crianças de 2 a 5 anos, o que totaliza 766 menores assistidos.

“Somos uma importante rede de proteção às famílias e crianças em situação de vulnerabilidade social”Mayara Noronha Rocha, secretaria de Desenvolvimento Socialcentro

Nutricionista do abrigo, Monique Taira Silva lembra que a alimentação na primeira infância requer atenção e qualidade nutricional especiais. “Ficamos surpresos com a qualidade e variedade das frutas, verduras e legumes. Dependendo do carregamento, vêm frutas como maracujá e morango, que costumam ser mais caras”, explica a especialista.

Entidade é uma das 126 cadastradas na Seagri-DF para receber cestas verdes | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Ações integradas

A atual gestão do GDF tem como uma de suas principais marcas o trabalho de forma integrada, com o envolvimento do maior número possível de atores governamentais nas mais diversas políticas públicas. Desde maio a Seagri e a Sedes, em parceria com a direção do Banco de Alimentos da Ceasa-DF, atuam na distribuição de cestas verdes para instituições socioassistenciais e famílias em situação de vulnerabilidade devidamente cadastradas.

“O acesso ao alimento por meio de compra ou doação às instituições pelas secretarias é fundamental para assegurar a segurança alimentar e nutricional dessas pessoas”, resume a subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional (Subsan), Karla Lisboa.

Ela defende que a colaboração entre as pastas na entrega de cestas, como complemento ao programa Prato Cheio, é mais do que uma simples distribuição de alimento. É, muitas vezes, a única fonte de alimentação de muitas famílias.

* Leia nesta terça-feira (13): quem é o produtor rural que está por trás da cesta verde e por que é melhor para ele que o caminho do produto seja acompanhado por instituições como Ceasa-DF e Emater-DF.