10/12/2020 às 17:45, atualizado em 10/12/2020 às 22:16

Arena BSB tem sinal verde do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano

Projeto urbanístico do consórcio privado prevê lojas, cinemas, ciclovia e quadras de esporte na área do Complexo Esportivo de Brasília

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

O projeto urbanístico que pretende dar cara nova à região central de Brasília foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal (Conplan) em reunião on-line desta quinta-feira (10). As mudanças na área do Complexo Esportivo de Brasília, formado pelo Estádio Nacional Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson e Complexo Aquático Cláudio Coutinho, serão executadas pelo Consórcio privado Arena BSB.

A proposta foi apresentada pelos arquitetos André Velloso e Fabiano Arcádio da ARQBR Arquitetura e Urbanismo, escritório brasiliense vencedor do concurso nacional para requalificação da área. O projeto prevê a construção de um boulevard com espaços de convivência, como praças, quadras esportivas, ciclovias, lojas , cinemas e uma ampla proposta de paisagismo.

“Acreditamos muito nesse projeto, foi suado chegar até aqui, mas quero parabenizar a Seduh pela competência , organização e seriedade com que tratou o processo”, ressaltou André.

O investimento privado será da ordem de R $700 milhões, e uma contrapartida social que será a manutenção do Parque Aquático. A expectativa é que, com a requalificação do espaço, Brasília entre no circuito nacional de grandes eventos.

Esse projeto tem importância cultural para Brasília, sempre me perguntei como fazer para ocupar esse espaço e hoje vejo a resposta. A gente fica muito feliz por conseguir conter o envelhecimento da cidade com essas revitalizações que mantém a cidade vivaBartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativacentro

A área será administrada pela iniciativa privada por 35 anos. Nesse período, a arrecadação de tributos pagos pelo consórcio e incidentes sobre a receita do complexo reforçarão o caixa do GDF. O negócio tem potencial para gerar quatro mil empregos diretos, e, de imediato, o GDF vai economizar mais de R $13 milhões por ano com a dispensa de manutenção de todo o centro esportivo.

As relatoras do projeto foram as conselheiras Gabriela de Souza Tenório representante da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília (FAU/UnB), e Júlia Teixeira Fernandes , do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/DF).

O parecer conclui que o projeto materializa uma proposta acolhedora de requalificar a área, sendo uma conexão entre espaços urbanos, arquitetônicos e paisagísticos altamente qualificados e integrados. Porém faz uma recomendação com relação ao acesso da população ao espaço: “Compete às áreas livres um papel realmente democrático e integrador. É imprescindível que elas sejam realmente públicas e acessíveis e que a gestão do empreendimento não crie barreiras de nenhuma natureza que impeçam a apropriação desses locais por todos os cidadãos da cidade”, ressaltaram as arquitetas Gabriela Tenório e Júlia Teixeira.

Para o conselheiro Pérsio Davison, da ONG Rodas da Paz, o projeto “é uma proposta que sorri para a cidade, é prazeroso para o cidadão e se for executado da forma como apresentado, com esse paisagismo, árvores e ciclovias será um oásis que a gente passa ao lado e fala: eu gostaria de parar e caminhar”, ressaltou.

Após a aprovação no Conplan, o projeto Arena BSB passará por uma audiência pública no dia 22 de dezembro para discutir os impactos na área externa do empreendimento. O presidente da Arena BSB, Richard Dubois,  destacou que a votação de hoje encerra uma das etapas mais importantes do processo.

“Esse é um momento histórico, a partir de hoje temos um projeto consistente que vai transformar a região central de Brasília. Agora é com a gente; vamos trabalhar para iniciar as obras o mais rápido possível”, garantiu.

A secretária executiva da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), Giselle Moll, ressaltou o importante papel do Conplan: “temos muito orgulho de participar deste momento. Nós cuidamos da coisa pública, cuidamos da nossa cidade onde acontecem todas as atividades humanas; neste sentido, estamos tendo um ano bastante produtivo neste conselho”.

*Com informações da Seduh