16/12/2020 às 12:30, atualizado em 16/12/2020 às 12:41

Longa do cineasta Orlando Senna aborda mito bíblico

Dos seis filmes concorrentes em exibição nesta quarta (16) no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, apenas um é do gênero ficção

Por Agência Brasília * | Edição: Chico Neto

Orlando Senna, há mais de 30 anos longe das câmeras: “Sempre fiz filmes híbridos”

Em Longe do Paraíso, Senna decidiu “ficcionar” tudo, trabalhar com atores profissionais, apoiar-se em uma grande equipe e não se afastar muito do roteiro. Na trama, o mito bíblico de Caim e Abel é misturado com a realidade dos camponeses no interior da Bahia, onde líderes são assassinados; o choque com os grandes proprietários de terras, intenso; a impunidade, latente; e o descaso das autoridades, evidente.

“Quis fazer uma experiência comigo mesmo, e aí vem a surpresa: o filme foi selecionado para concorrer com documentários! Achei uma maravilha. Tudo é cinema, filme é filme e ponto final”, resume. “No Brasil, os assassinatos desses líderes crescem dia a dia e, em sua maioria, os pistoleiros são ex-camponeses que se perderam na vida. É com essa história que pretendo comover as pessoas, e acho que o filme pode conseguir isso.”

No elenco, além de nomes consagrados da cena baiana, como Heraldo de Deus, Sonia Dias, Bertrand Duarte e Caco Monteiro, há participação da cantora e atriz Emanuelle Araújo, que divide as telonas com o estreante Ícaro Bittencourt. “Minha expectativa com relação à premiação de 2020 é que, mesmo on-line, o Festival de Brasília sairá fortalecido como o mais importante evento artístico-político do cinema brasileiro”, defende o cineasta.

* Com informações da Secec (Secretaria de Cultura e Economia Criativa)