26/12/2020 às 17:43, atualizado em 27/12/2020 às 18:15

120 vidas salvas e economia de mais de R$ 6 milhões

Números foram alcançados na UTI Trauma graças à redução de infecções a partir de adesão a projeto do Ministério da Saúde

Por Agência Brasília* | Edição: Freddy Charlson

Foto: Thais Umbelino/Agência Brasília

A enfermeira Joiceane Frota reitera o sucesso da experiência. “A gente via que as condutas eram para atender a um propósito. Hoje, a gente consegue avaliar que a rotina vai ser mantida”, diz | Foto: Thais Umbelino/Iges-DF

Participação intensa da família

Outro ponto importante do projeto foi a visita estendida aos familiares dos pacientes. Eles foram ferramentas importantes no controle das medidas adotadas. “A ideia era trazer o familiar para perto, a fim de que ele fosse membro da equipe também. Ele participava, dava opinião e era ouvido”, detalha a fisioterapeuta Ludmilla Figueiredo. O treinamento dos acompanhantes foi feito pela equipe de psicologia da unidade e colocado em prática com a ajuda dos técnicos de enfermagem.

Apresentação mensal dos resultados

O andamento e as melhorias do projeto foram apresentados para toda a equipe da UTI Trauma mensalmente. “A gente comemorava o que dava certo e listava os pontos de melhoria”, lembra Ludmilla. As reuniões foram acompanhadas pela superintendência do Hospital de Base. O último encontro da equipe ocorreu na quarta-feira (23).

Mais do que implementar novos processos e metodologias, a ação promoveu mudanças profundas no dia a dia dos profissionais de saúde que fizeram parte da iniciativa. “O ganho e o crescimento em gestão de processos na assistência ao paciente foram incríveis. Independentemente de o projeto estar terminando, são práticas que a gente incorporou”, opina a médica Jordana Rey Laureto, chefe da UTI Trauma.

Joiceane Frota, enfermeira na unidade, reitera o sucesso da experiência. “A gente via que as condutas eram para atender a um propósito. Hoje, a gente consegue avaliar que a rotina vai ser mantida. Vamos passando para os novos colegas que chegarem”, diz.

Como funciona o projeto

A equipe do Hospital de Base recebeu, periodicamente, o acompanhamento do Hospital Moinho dos Ventos, de Porto Alegre, para implementar processos e metodologias de segurança na UTI Trauma. O acompanhamento antes da Covid-19 ocorria periodicamente em sessões presenciais, mas, com a pandemia, passou a ser feito a distância.

Mais sobre o projeto nacional

O Ministério da Saúde lançou em 2017 o programa Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil. A iniciativa visava orientar cerca de 120 hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às melhores práticas para o cuidado da segurança do paciente.

O programa foi executado por cinco hospitais de referência integrantes do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS): Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital do Coração, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.

As unidades particulares foram responsáveis por capacitar equipes de outros hospitais brasileiros, entre eles o Hospital de Base. Foi oferecido suporte para o desenvolvimento técnico das equipes, com a sugestão de ferramentas de mensuração e de monitoramento de indicadores. Também no DF, participaram do programa os hospitais Materno Infantil de Brasília (Hmib), Regional da Asa Norte (Hran), Regional do Gama (HRG) e Universitário de Brasília (HUB).

*Com informações do Iges-DF