04/01/2021 às 15:46, atualizado em 05/01/2021 às 17:26

Hospital de Base realizou 62 transplantes em 2020

Cirurgias foram feitas mesmo com a pandemia e beneficiaram pacientes que precisavam de córneas e rins novos

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

Foram 62 vidas salvas. Crianças, jovens, mulheres, homens atendidos e curados no Hospital de Base, unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). Essas 62 pessoas receberam um rim ou uma córnea, graças a transplantes feitos ao longo de 2020 por profissionais que mantiveram o atendimento apesar das dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus.

Do total, 18 transplantes foram de rins e 44 de córneas. Os números referem-se ao período de janeiro a 31 de dezembro. A preocupação com a Covid-19 levou à adoção de protocolos para manter a segurança dos receptores dos órgãos e dos profissionais envolvidos nas cirurgias de transplante.

Todos os doadores foram submetidos a exames RT-PCR, que detectam a presença do coronavírus. A captação só ocorreu mediante resultado negativo desse teste. “Há uma investigação clínica e epidemiológica detalhada dos doadores para um adequado gerenciamento de risco nesse cenário de pandemia”, ressalta Camila Hirata, diretora da Central Estadual de Transplantes (CET).

No caso das córneas — que são consideradas tecidos e não órgãos —, os transplantes eletivos ficaram suspensos de abril a setembro, por recomendação da Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes. No período, só ficaram autorizados os casos em que o doador estava com o coração pulsando. “Em 18 de setembro, o Ministério da Saúde publicou uma nota autorizando a retomada da retirada de tecidos em doadores com o coração parado”, conta Camila.

Essas 62 pessoas receberam um rim ou uma córnea, graças a transplantes feitos ao longo de 2020 por profissionais que mantiveram o atendimento apesar das dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus

Em relação aos 18 transplantes de rins, apenas um deles foi de doador vivo, por causa dos cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. “A triagem dos receptores incluiu a tomografia, porque antes era só raio-X, e o levantamento epidemiológico de Covid do paciente e de seus familiares”, explica a nefrologista Viviane Brandão, responsável pelo setor de transplantes de rim no HB. “Apesar da pandemia, a gente se resguardou ao máximo para continuar fazendo os transplantes, mas com segurança.”

Órgãos de pacientes do HB
Além dos transplantes feitos na unidade, de janeiro a 23 de dezembro, 161 órgãos e tecidos doados por pacientes do HB foram disponibilizados à Central de Transplantes do DF: 87 córneas, 48 rins, 22 fígados e 4 corações.

“O Hospital de Base é um importante disseminador da cultura de doação de órgãos no DF”, destaca Camila Hirata, da CET. “Além disso, conta com profissionais com uma vasta experiência e qualificação na área de transplante”, elogia.

Transplantes em todo o DF
No Distrito Federal, a CET contabilizou 520 transplantes de janeiro a 30 de dezembro de 2020 em toda a rede pública e privada. Desses, 221 foram de córnea, 99 de medula óssea, 100 de fígado, 79 de rim e 21 de coração.

Como doar órgãos
Há dois tipos de doadores. O primeiro é a pessoa que concorda em doar, ainda em vida, um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e do pulmão. Nesses casos, geralmente, os doadores são parentes com órgãos compatíveis aos dos receptores. Especificamente para doação de medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília.

O segundo tipo é o doador falecido — diagnosticado com morte encefálica ou por parada cardíaca. A família precisa autorizar a retirada dos órgãos. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas.

*Com informações do Iges-DF