08/03/2021 às 19:13, atualizado em 09/03/2021 às 07:19

Setur faz especial sobre mulheres pioneiras e empreendedoras

Projeto Brasília, feminino de Brasil conta com posts e lives com personalidades que vêm impactando o setor turístico na capital

Por AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ABNOR GONDIM

Imagem: Divulgação/Setur-DF

Programação

Os encontros serão transmitidos ao vivo, pelas redes sociais da Setur-DF, sempre às 18h. Anote a agenda:

–  (11/3) a arquiteta e designer multimídia Gabriela Bilá, autora do Novo Guia de Brasília;

–  (18/3) Dona Antônia, mestre artesã que impulsionou na capital o trabalho com capim colonião; terá ao lado Malba Aguiar, especialista na concepção e operacionalização de projetos voltados para o desenvolvimento sustentável e geração de renda para as comunidades artesãs; e a designer Suzana Rodrigues, artesã e empreendedora, ganhadora de vários prêmios e participação em exposições fora do Brasil;

–  (26/3) Scarlet Rocha, idealizadora do Festival Flutua, primeiro festival flutuante do Brasil; e Moema Leão, realizadora da CasaCor Brasília;

–  (31/3) Jussara Botelho, idealizadora da SisterWave, plataforma que encoraja e conecta mulheres em uma comunidade de apoio e ofertas de serviços de viagens para elas

“Moradoras ou turistas, todas são essenciais na transformação do nosso Distrito Federal em um destino melhor e mais humano para viver e receber com tanto carinho quem nos visita”Vanessa Mendonça, secretária de Turismo do DFdireita

Criativas e inovadoras

A comemoração do Mês da Mulher pela Setur tem como objetivo homenagear as mulheres que ajudaram a promover o Distrito Federal no Brasil e no mundo, segundo aponta a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça.

“Moradoras ou turistas, todas são essenciais na transformação do nosso Distrito Federal em um destino melhor e mais humano para viver e receber com tanto carinho quem nos visita”,  assinala a secretária.

“Nossa capital é uma cidade de todos os brasileiros. É da nossa gente. E fico maravilhada em saber que, cada vez mais, elas estão se dedicando por Brasília em todos os sentidos, criando soluções empreendedoras, criativas e inovadoras em prol do que é nosso. É este o verdadeiro sentido da união”, enaltece.

A presença feminina no setor turístico é percebida em diferentes áreas do mercado de trabalho / Foto: Instagram/Setur-DF

Criada em 2017, a plataforma deu tão certo que acabou de vencer a 3ª Competição Global de Startups da Organização Mundial do Turismo (OMT) na categoria de equidade de gênero. O concurso, realizado em parceria com o Wakalua Innovation Hub — primeiro polo global de inovação em turismo —, reuniu cerca de 10 mil propostas de 138 países e consagrou 25 projetos de 18 nações, destacando a capacidade de contribuir para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Mercado de trabalho

Assim como na inovação e tecnologia, a presença feminina no setor turístico é percebida em diferentes áreas do mercado de trabalho, como artesãs, hoteleiras e tantas outras funções que impulsionam o ramo. Dos guias de turismo registrados no Cadastur no DF, por exemplo, cerca de 46% são mulheres.

É o caso de Maria José de Carvalho, vice-presidente do sindicato dos Guias de Turismo, e que está na profissão há 21 anos. “Nasci em Belém e quando me mudei para Brasília, logo descobri uma cidade diferente de tudo o que já tinha visto e me apaixonei”, afirma ela, que encontrou no turismo os conteúdos que buscava para aprender mais sobre a capital brasileira.

Foi o passo fundamental para aliar o trabalho de professora com o de guia profissional. “Brasília é um sítio completo: traz a genialidade do urbanismo de Lúcio Costa, as técnicas desafiadoras de Oscar Niemeyer e o paisagismo incrível de Burle Marx. Não é a toa que a nossa capital é Patrimônio Cultural da Humanidade e Cidade Criativa do Design. Eu costumo dizer que Brasília é tão única que a arte já nasce integrada com a sua arquitetura”, define.

“Neste momento de pandemia, estou aproveitando para me atualizar, aprendendo a lidar melhor com as redes sociais e construindo um portfólio digital. É hora de nos reinventarmos”Maria José de Carvalho, vice-presidente do Sindicato dos Guias de Turismoesquerda

Com perfil empreendedor, Maria José destaca os desafios da profissão para o setor. “O papel do guia é levar informação com qualidade. Para trabalhar em Brasília, ele precisa ter em mente que atuará muito com a cultura, o diferente e o inusitado. Ao mesmo tempo em que o guia brasiliense fala sobre arte, ele apresenta uma natureza exuberante, como a nossa florada de ipês e o cerrado. É essa diversidade que faz a nossa capital brasileira tão encantadora”, explica.

Na bagagem, Maria José tem um currículo extenso. “Neste momento de pandemia, estou aproveitando para me atualizar, aprendendo a lidar melhor com as redes sociais e construindo um portfólio digital para mostrar o meu trabalho a todos. É hora de nos reinventarmos”, completa Maria José, que também conquistou o 3º lugar na categoria Guia de Turismo, do 1º Prêmio Brasília: o novo Olhar do Turismo, realizado em dezembro de 2020.

O prêmio é uma ação inédita da Secretaria de Turismo do DF, em parceria com a Fecomércio, Sesc, Senac e Fundação Athos Bulcão, para homenagear profissionais e iniciativas que, nos últimos 24 meses, vêm contribuindo para a consolidação da capital federal como destino turístico. Para ter uma ideia da presença feminina no setor, entre as 12 categorias de profissionais da seleção, 11 foram ocupadas por mulheres, que venceram os 1º, 2º e 3ª lugares.

“A gastronomia que eu elaboro, por exemplo, tem o sabor, a história e identidade da nossa capital e do Brasil.”Edilane Oliveira, chef e empreendedoradireita

Sabor e lazer

A empresária e chef Edilane Oliveira, que trabalha com dois segmentos turísticos no DF — o gastronômico e o entretenimento —, conquistou o primeiro lugar da premiação na categoria Mulheres Empreendedoras.

“É impressionante ver o quanto a mulher tem um olhar positivo, garra, capacidade de renascer e ser forte. Unir o tradicional à inovação e se destacar no que faz”, avalia Edilane ao refletir ainda sobre essas qualidades para a cadeia turística.

E detalha como fez a união de suas habilidades: “A gastronomia que eu elaboro, por exemplo, tem o sabor, a história e identidade da nossa capital e do Brasil. E fico lisonjeada com o prêmio e todo esse feedback que venho recebendo de positividade. Fico muito feliz e orgulhosa de ser referência no segmento e estar no meio da tanta mulheres incríveis que temos neste Brasil afora”, completou a empresária.

“O artesanato é um dos elos mais importantes da cadeia produtiva do turismo, pois, geralmente, o visitante opta por levar um produto típico do local”Suzana Rodrigues, designer de biojoiasesquerda

Mais de 70% das artesãs do DF são mulheres

As mulheres são destaque também no artesanato, em que representam mais de 70% do segmento. Artesãs criativas que expressam seus sentimentos e saberes populares na arte. São dessas mãos habilidosas que a matéria-prima é transformada em elementos artísticos, comercializados em diferentes espaços.

Com venda de suas peças para os turistas e a população local, elas movimentam a economia, geram emprego e renda não só para a família como também para toda a comunidade, além de divulgar, preservar e fortalecer a cultura da cidade e do país.

É o caso da designer Suzana Rodrigues, uma das artesãs referência do segmento no DF. Conhecida internacionalmente por transformar sementes do cerrado em biojoias com design inovador, suas criações já estiveram no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), além dos salões internacionais de moda de Madri, na Espanha, e Lisboa, em Portugal.

Em 2005, foi convidada pelo governo brasileiro para participar do Ano do Brasil na França. Suas peças foram compradas pelo Grand Palais para a exposição Art of Indian e já expôs ainda no famoso mercado parisiense Carreau Du Temple, sendo matéria do jornal francês Le Monde.

Atualmente, Suzana participa da loja Artesanato de Brasília, no Pátio Brasil, uma iniciativa da Setur-DF para valorizar e ampliar as possibilidades de comercialização desse trabalho na capital. “O artesanato é um dos elos mais importantes da cadeia produtiva do turismo, pois, geralmente, o visitante opta por levar um produto típico do local. E o nosso artesanato é de alta qualidade e design diferenciado”, afirma Suzana ao destacar ainda o apoio do GDF para o segmento.

“A iniciativa do Governo e da Secretaria de Turismo de fazer parcerias com shoppings, por exemplo, impulsiona nossas vendas, levando nossas obras ainda para outros destinos”, conclui a artesã.

Serviço
Instagram: @seturdf
YouTube: https://bit.ly/YoutubeSeturDF

*Com informações da Secretaria de Turismo