20/03/2021 às 14:13, atualizado em 20/03/2021 às 14:30

Muito mais que uma escola, um suporte à comunidade

Unidades públicas abrem as portas para que a população explore as instalações para adquirir conhecimento, lazer e cultura

Por Marlene Gomes, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

“Queremos fazer desse espaço uma biblioteca pública, em que toda a comunidade possa ter livre acesso”, informa o diretor | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

O diretor do CEF 101 aproveitou o espaço da cantina, que  estava desativada, para fazer as obras necessárias à adequação da biblioteca.

Foram instaladas prateleiras, mesas para estudo em grupo e  individual, balcão, aparelho de ar condicionado e câmera de fiscalização. O novo ambiente tem capacidade para atender 45 pessoas simultaneamente.

Os livros também já chegaram. Muitos títulos de literatura, de diversos autores, boa parte doações, como a da Educar para Mudar, uma Organização Não Governamental (ONG) do Distrito Federal.

“Queremos fazer desse espaço uma biblioteca pública, em que toda a comunidade possa ter livre acesso”, informa o diretor.

Conhecimento ao alcance da população local

A biblioteca é somente a ponta do projeto de Paulo Roberto para levar o conhecimento e saber aos moradores do Recanto das Emas. Ele também quer equipar ainda o laboratório de informática da escola. Há pouco tempo, chegaram 40 novos computadores, doados pela Regional de Ensino, e que vão substituir os equipamentos mais antigos.

“No laboratório de Informática desenvolvemos a questão do letramento digital, onde são explorados desde o primeiro contato com o computador e as ferramentas educacionais até a introdução à linguagem e programação através do programa Scratch, além dos trabalhos de robótica”, explica Paulo Roberto.

A maior dificuldade para que essas competências sejam trabalhadas também com a comunidade é a carência de pessoas com conhecimento em tecnologia para atuar na escola, inclusive por meio de voluntariado. Para resolver o problema, a direção pensa em chamar ex-alunos interessados em expandir o conhecimento.

“Por que um porteiro não pode aproveitar o horário noturno para fazer uma capacitação e melhorar de vida?”, pergunta Paulo Roberto, para, em seguida, ele mesmo responder. “A escola tem que estar com as portas abertas para a comunidade e ser um polo de formação, para que as pessoas possam aproveitar o local próximo às suas casas para fazer um curso, uma capacitação”, disse Paulo Roberto.

Anseios da comunidade

Na Escola Classe 404, também no Recanto das Emas, a utilização do espaço pela comunidade vai de A a Z – literalmente. Sim, porque todo o esforço é feito na unidade de ensino para atender os pleitos da comunidade.

E isso inclui a realização, no pátio da escola, de casamentos, encontros de noivos, chás de bebê, aniversários, reuniões de instituições religiosas, prática de capoeira e muito mais. A única restrição é o consumo de bebida alcoólica e os eventos precisam de autorização do Conselho Escolar.

A diretora Creuza Pires de Morais acredita que a Escola Classe 404 está na direção certa, procurando envolver cada vez mais a população local.

“A função social da escola é também ouvir a comunidade e fazer com que ela se conscientize da importância de sua participação nesse ambiente”, enfatiza.