26/03/2021 às 08:49, atualizado em 26/03/2021 às 14:48

Análise do consumo de água do brasiliense pós-crise hídrica

De acordo com a ANA, entre 2013 e 2018, 48,8% dos municípios decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública pelo menos 1 vez

Por Da Agência Brasília*

Como se comportou a população do Distrito Federal após a falta d’água e o racionamento adotado pelo governo em 2018? A redução do consumo estimulada naquele período continuou a ser aplicada? Respostas a essas e outras perguntas foram buscadas no Consumo de Água tratada no Distrito Federal: um retrato pós-crise hídrica estudo promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

A pesquisa teve o intuito de analisar o consumo de água tratada em Brasília desde a regularização do abastecimento, verificando o comportamento da população após o fim das medidas de racionamento implementadas na fase de escassez.

O período entre 2016 e 2017 foi marcado pela queda do consumo atrelada à crise hídrica. No período seguinte (2017-2018) a maior parte das regiões administrativas (RAs) apresentaram variações positivas no consumo, sendo que as mais expressivas foram registradas na Fercal (23,1%) e Varjão (13,0%).

O consumo total para o ano de 2019 em relação a 2018 apresentou variação positiva para todas as RAs, ressaltando que foi o primeiro desde a crise hídrica, sem interferências na distribuição de água. As regiões que registraram as maiores taxas de consumo foram Jardim Botânico (22,3%), Vicente Pires (11,9%), Estrutural (11,2%), Fercal (10,8%), Samambaia (10,5%) e Varjão (10,2%).

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2019 apontam que o consumo de água vem aumentando cerca de 1% ao ano em função, entre outras coisas, do crescimento da população, e da mudança nos padrões de consumo e desenvolvimento econômicosesquerda

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2019 apontam que o consumo de água vem aumentando cerca de 1% ao ano em função, entre outras coisas, do crescimento da população, e da mudança nos padrões de consumo e desenvolvimento econômicos.

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, o acréscimo na demanda por água será maior. Além do mais, as mudanças climáticas no território brasileiro, em relação à crise hídrica, trarão consequências mais extremas. Isso faz com que regiões úmidas sejam mais úmidas e secas ainda mais secas.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), entre 2013 e 2018, 48,8% dos municípios brasileiros decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública pelo menos uma vez. Isso aconteceu por causa das chuvas intensas e cheias dos rios. Já em relação à seca, no mesmo período, foram cerca de 51% cidades.

Assim como em outros estados, o Distrito Federal, entre 2016 e 2018, enfrentou uma grave crise hídrica. Naquele período, os principais reservatórios utilizados para o abastecimento da população estavam abaixo do volume útil e medidas como racionamento tiveram que ser adotadas.

Para ajudar a definir a segurança hídrica, como a disponibilidade de água em qualidade suficiente para atender as necessidades humanas, foi criado, em conformidade com a ONU, a elaboração do Plano Nacional de Segurança Hídrica.

*Com informações da Codeplan