27/03/2021 às 18:21, atualizado em 14/04/2021 às 09:19

Quem diria, videogame na sala de aula ajuda a socializar alunos

Projeto no Centro Educacional 34 de Ceilândia mobiliza jovens com disputa de ‘League of Legends’ e melhora sociabilidade dos estudantes

Por ABNOR GONDIM* | EDIÇÃO: ABNOR GONDIM

O aluno Micael Rodrigues virou uma das estrelas do LoL brasileiro | Foto: Álvaro Henrique/ SEEDF

Dilema materno

“Quando os pais veem um filho jogando, devem entender que há muito conhecimento e aprendizagem”Thereza Rodrigues, mãe de uma das estrelas de jogodireita

A escritora Thereza Rodrigues vivenciou o dilema que muitos pais enfrentam quando os filhos passam a se dedicar ao jogo eletrônico. “É preciso reconhecer que eles já nascem conectados e as carreiras do futuro terão como base as habilidades e as competências que os jovens desenvolvem nos jogos virtuais. Nesse sentido, quando os pais veem um filho jogando, devem entender que há muito conhecimento e aprendizagem”, explica.

Depois de compreender que o esporte eletrônico não era nocivo, a escritora incentivou o filho Micael Rodrigues. O resultado é que, hoje, ele é uma das maiores estrelas do LoL brasileiro, o pro player, ou jogador profissional — o MicaO, da INTZ. Para ajudar outros pais, ela escreveu a obra Manual de Sobrevivência para Pais da Geração Gamer.

Novas estratégias de ensino-aprendizagem

O estudante Herman Dhelison, do Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia, participou do projeto e acredita que é uma ferramenta de ensino motivadora. “É muito bom ver a escola dar espaço a algo que é atrativo para o estudante. Além disso, pode proporcionar a inserção do jovem no mercado de trabalho em uma área que o motiva, facilitar o trabalho em equipe e a comunicação”, diz.

Ainda de acordo com Herman, “o Campeonato me fez enxergar que eu poderia investir no meu sonho. Criei a equipe Distrito Feeder All, de LoL, com outros estudantes e elaboramos um projeto que se dispõe a ajudar gamers a ingressar nesse universo e motivar outros jovens”, argumenta Herman.

A estudante Suelen Lima, do CEF 34 de Ceilândia, prova que o ambiente do esporte eletrônico não se restringe ao público masculino e enaltece a iniciativa. “O projeto beneficiou minha vida acadêmica porque facilitou a comunicação, concentração e melhorou meu inglês. Como qualquer outra atividade, é preciso desenvolver bons hábitos como dormir bem, se alimentar de maneira adequada, ter disciplina e equilíbrio”, afirma.

*Com informações da Secretaria de Educação