23/04/2021 às 10:41, atualizado em 23/04/2021 às 10:42

Aprendizagem além dos limites da visão

Atendimento especializado nas escolas públicas garante inclusão e cidadania a estudantes com deficiência visual

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

O diretor do CEEDV Airton Dutra de Farias: 25 anos dedicados aos estudantes com deficiência visual

Transcendendo os desafios cotidianos

Além do PEP e das salas de recurso, a rede conta com o Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV), onde João Victor também estuda. A escola oferece o mesmo currículo das unidades escolares regulares com as adaptações necessárias e procedimentos metodológicos específicos.

O atendimento se dá de maneira sistêmica e o CEEDV é denominado como uma escola de passagem. “Após o atendimento no PEP, a criança segue para o Programa de Atendimento Pedagógico Especializado (PAP), onde inicia o processo de alfabetização tanto no Braille, quanto no uso do Soroban, um ábaco adaptado. Os estudantes saem alfabetizados do CEEDV para o ensino regular”, diz Airton.

O Braille é um sistema de escrita tátil e, tradicionalmente, é escrito em papel relevo. O Soroban, por sua vez, é um recurso utilizado para o ensino-aprendizagem da matemática aos estudantes com deficiência visual.

Vencendo os estigmas

Os professores que atuam no ensino para estudantes com deficiência visual possuem uma formação específica e continuamente participam de capacitações. Muitos deles venceram seus próprios dilemas, como é o caso do professor Fernando Rodrigues, que convive com a cegueira há 38 anos, e atua no CEEDV, desde 2005, ensinando Soroban.

“Minha motivação é contribuir para o crescimento de cada pessoa. Embora o início da pandemia tenha sido difícil, montamos estratégias e o resultado foi que muitos estudantes estão evoluindo mais do que no presencial”, enfatiza Fernando.

Ainda, de acordo com o diretor Airton, que tem se dedicado a esse público há 25 anos, “conhecimento e felicidade ou se compartilha ou se perde. Esses estudantes têm direito à educação. O atendimento especializado proporciona autonomia e cidadania plena preparando os estudantes para a escola regular e o mercado de trabalho, ou seja, para a vida”, finaliza.

*Com informações da Secretaria de Educação