09/05/2021 às 17:02

As profissionais de saúde que cuidam de filhos e pacientes

Domingo, dia 9, é Dia das Mães; o segundo desde que começou a pandemia do novo coronavírus

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

Cuidar do amor de alguém, enquanto está longe do seu, é um verdadeiro gesto de empatia. E essa tem sido a escolha diária dos profissionais de saúde na linha de frente do combate à covid-19 durante mais de um ano. Em especial, isso atinge as mães, que se viram para acalentar e salvar vidas cuidando de filhos e pacientes.

A enfermeira Ivone trabalha no Hospital de Base, na ala específica da covid-19, e teve que isolar a filha caçula que é asmática na casa da mãe | Foto (tirada antes da pandemia): Arquivo / SES-DF

Por ser asmática, a caçula Amanda Dias, de 16 anos, teve que se mudar para a casa da avó paterna, de forma a reduzir as chances de se expor ao vírus. Já o marido de Ivone e o filho mais velho – Alisson Dias, de 27 anos –mantiveram o distanciamento da profissional de saúde, apesar de dividirem a mesma casa.

“No começo foi muito difícil me acostumar, porque, querendo ou não, eu poderia ser um vetor de transmissão. Minha mãe e meu esposo chegaram a pedir para eu abandonar a profissão, mas não consegui, porque considero uma obrigação ajudar a quem precisa”, contou a profissional.

Ivone ainda teve que deixar de visitar o filho de 23 anos, Wesley Dias, da nora e do neto, de 7 anos, que moram em outra residência. “Foi preciso muita resiliência para aguentar a distância e a saudade da família”, relembra.

O contato inicialmente era virtual. Mas, com o passar do tempo e mais conhecimento sobre a doença, a família voltou a se ver, seguindo todos os protocolos sanitários. “Mesmo assim, todo o cuidado é pouco e, por isso, vamos comemorar o segundo Dia das Mães na pandemia por chamada de vídeo”, decidiu.

A pandemia também tem sido um desafio para a gerente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho, Janaína Vieira Almeida, de 35 anos. A rotina puxada a deixou longe das filhas Lívia Almeida, 3 anos, e Laura Almeida, 5 anos. “O fato de ocupar um cargo de gestão e me expor ao vírus cotidianamente é bem difícil. Durante o dia, elas ficam com minha mãe. Saio cedo e as deixo lá. Depois, busco, mas sem um horário exato”, contou.

Para ela, apesar do pouco tempo com as filhas e da necessidade de evitar a proximidade, o período de enfrentamento da covid trouxe muitos aprendizados. “Mostrou-me a importância de acompanhar a alfabetização das crianças e dar todo carinho e amor que posso. Assim como eu sou apaixonada pela minha profissão, sou apaixonada por ser mãe e tento dividir ao máximo a atenção nos dois âmbitos”, declara, ao dizer que mantém uso contínuo de máscara mesmo dentro de casa.

*Com informações da Secretaria de Saúde