21/05/2021 às 19:13, atualizado em 23/05/2021 às 09:14

Vargem Bonita vira o maior produtor de gengibre do DF

Descendentes de japoneses lideram no plantio do alimento, que tem fácil manejo e caiu no gosto de atacadistas

Por AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ABNOR GONDIM

Polo tradicional na produção de folhosas, o Núcleo Hortícola Vargem Bonita, na região rural do Park Way, tem assistido ao aumento gradativo do plantio de outros tipos de culturas, despontando atualmente como o maior produtor de gengibre do Distrito Federal.

Conserva caseira de gengibre branco | Foto: Márcio Ito

“O segundo ponto é o trato cultural chamado de amontoa. A amontoa consiste em colocar terra junto aos pés das plantas, para recobrir os rizomas que começam a aparecer na superfície”, afirma Adriana. “Recomenda-se iniciar as amontoas quando as plantas de gengibre estiverem com cerca de 30 cm de altura”, explica.

Outra característica do plantio de gengibre é se propagar por meio de gomos do próprio rizoma. Somado a uma adubação adequada e à rotação de culturas faz com que o gengibre não tenha um custo alto para implantação. Isso pode ser uma vantagem para o agricultor.

Tradição nipônica

Vargem Bonita é uma das regiões rurais do DF com forte concentração de imigrantes e descendentes de japoneses. Atrás apenas da região de Brazlândia no tamanho da comunidade nipônica,  Vargem Bonita tem 60% das propriedades rurais ocupadas por famílias japonesas.

Assim como em Brazlândia, a maioria dessas famílias veio para o local antes da inauguração de Brasília – por volta de 1957 – com a missão de produzir alimentos para a capital federal.

Responsáveis por uma contribuição histórica na produção de alimentos do DF, os japoneses predominam nessa área rural, conservando não só a cultura nipônica, como também a vocação rural da região.

Para a gerente do escritório da Emater-DF na Vargem Bonita, Cláudia Coelho, a tradição agrícola dessa comunidade tem ajudado a conter a forte pressão imobiliária da região. “Temos outras questões que contribuem para permanecer rural, como a questão ambiental, mas realmente a pressão imobiliária é grande”, afirma a gerente.

*Com informações da Emater