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08/06/2021 às 14:41, atualizado em 08/06/2021 às 15:26
Objetivo da Secretaria de Cultura é aprimorar a política de gestão dos acervos
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) avança no processo de mapeamento dos acervos museológicos sob a custódia da pasta, compreendendo mais de 10 mil itens alocados por cinco museus e outros espaços. O objetivo é identificar, descrever, medir, fotografar e avaliar o valor das peças para alimentar um banco de dados que vai ajudar no aperfeiçoamento da política de gestão de acervos da Secec, recomendando aquisições e descartes, ações previstas na Lei Orgânica da Cultura (LOC).
Levantamento árduo e em três fases
A primeira fase refere-se à mudança de status do objeto, que se torna museológico, com valor chancelado por um especialista;
A segunda é composta por processos museológicos de classificação, catalogação e documentação;
A terceira fase consiste na comunicação e na disseminação da informação, a partir da exposição e pesquisa do objeto, garantindo acesso ao público e à pesquisa.
Os equipamentos culturais da Secec que dispõem de acervos museológicos e serão contemplados por essa contratação são Museu de Arte de Brasília (MAB), Museu Nacional da República (MUN), Memorial dos Povos Indígenas (MPI), Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC) e Catetinho.
Além da LOC, o Decreto-Lei nº 25 de 1937, considerado pelos museólogos o principal diploma de proteção do patrimônio cultural brasileiro, e a Constituição Federal de 1988, no art. 216, determinam a custódia cuidadosa do patrimônio cultural que esses objetos, em sua materialidade e simbolismo, representam em termos de identidade e memória.
O trabalho de mapeamento desse acervo terá a participação de quatro consultores, com quatro perfis diferentes. O primeiro vai trabalhar as peças do MAB e do MUN. O segundo, o MPI. O terceiro, o Catetinho e o Museu Vivo da Memória Candanga. O quarto vai fazer todo o mapeamento do acervo da Secec que não está nos museus.
Esses especialistas entregarão três produtos, que precisarão ser aprovados pelos servidores – dois museólogos e duas restauradoras – da Secec: um documento sobre mapeamento das coleções, outro sobre o estado de conservação das peças e, a partir destes, um estudo propositivo para auxiliar a política de gestão de acervo. É uma peça-chave para tornar os museus menos vulneráveis a ingerências políticas e administrativas, trazendo essas riquezas para a égide do estado.
MAB e MUN
De luva e máscara, equipamento básico para esse tipo de trabalho mesmo antes da pandemia, o museólogo Gustavo Nascimento Paes (graduação e mestrado) tem pela frente mais de 2.800 peças que formam o acervo comum do MAB e do MUN. Ele divide a tarefa com duas colegas de profissão. Ele conta que o acervo desses museus é muito representativo, passando por Carybé, (argentino/brasileiro que se radicou em Salvador), Alberto da Veiga Guignard e Inimá de Paula, dentre outros.
“O inventário consiste em listar as peças encontradas, anotando informações como denominação, fabricante, técnica e medidas. Coloco etiquetas com a numeração provisória das peças, afixadas por meio de linha de algodão, nunca com etiqueta adesiva”, explica ela.
Nessa etapa, a historiadora registra o estado de conservação dos itens da coleção, identificando particularidades, como obra trincada, desgastada, com sujidade, etc. Tariana também fotografa as peças.
“O Catetinho tem um acervo bem interessante, variado, com peças que estavam no local na época em que o prédio estava em uso. Outras são peças cenográficas, como os cestos com bolos e pães que estão na cozinha. Eu ainda estou fazendo a análise das informações que consegui localizar para tentar descobrir mais detalhes sobre a procedência das peças”, remata a consultora.
*Com informações da Secretaria de Cultura