09/06/2021 às 18:46, atualizado em 09/06/2021 às 18:52

Criança de três anos passa por transplante de pele no Hran

Com 40% do corpo queimado após acidente doméstico, A.M.L é o paciente mais jovem a passar pelo procedimento no hospital

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

Morador de Flores, município goiano a cerca de 240 km de Brasília, o pequeno A.M.L, 3 anos, sofreu um acidente doméstico e teve 40% do corpo queimado por líquido inflamável – álcool 70% manuseado de forma inadequada. No dia 30 de maio, ele deu entrada na Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte e passou por um transplante de pele, na última quinta-feira (3), e nesta terça-feira (9), tornando-se o paciente mais jovem a realizar o procedimento no hospital.

A pele que ajudou a salvar o paciente veio do banco de pele de Porto Alegre. Foi preciso 1.700 cm² de pele para realizar o transplante| Foto: Breno Esaki/ Agência Saúde

Banco de tecidos

A pele que ajudou a salvar o pequeno A.M.L. veio do banco de pele de Porto Alegre. O caminho, segundo o cirurgião, é solicitar à Central Estadual de Transplantes e eles entram em contato com o banco de pele para verificar a disponibilidade. O material é transportado em voos comerciais ou da Força Aérea Brasileira.

Ao realizar o pedido, é preciso especificar a quantidade necessária. No caso da criança, foi preciso 1.700 cm² de pele para realizar o transplante.

Todo o trâmite segue as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Além do banco de Porto Alegre, existem outros três no Brasil, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

De acordo com o chefe da Unidade de Queimados do Hran, Gilberto de Aguiar, existe a expectativa de em breve o Distrito Federal contar com um banco de também. “Estamos na fase de negociações para a implantação de um banco de pele aqui em Brasília”, declarou.

“Estamos na fase de negociações para a implantação de um banco de pele aqui em Brasília”Gilberto de Aguiar, chefe da Unidade de Queimados do Hrandireita

Referência

A Unidade de Queimados do Hran é referência para tratamento de queimaduras e recebe pacientes do Distrito Federal e do Entorno. O hospital é o único que faz transplante de pele e já fez 10 procedimentos do tipo em 2019, 2 em 2020 e outros dois este ano – sendo que o segundo ocorreu no paciente mencionado nesta reportagem.

O local conta com equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, nutricionistas e farmácia clínica para oferecer um tratamento integral aos pacientes.

“O paciente com queimadura é complexo e exige um cuidado multidisciplinar. Aqui temos essa equipe para abranger todas as áreas que demandam atenção no cuidado e recuperação desse paciente”, destaca o chefe da unidade.

A emergência do hospital funciona 24 horas, todos os dias da semana. Além disso, há o ambulatório de portas abertas, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, em que são realizadas trocas de curativos e acompanhamento de pacientes com queimaduras menos graves.

 

*Com informações da Secretaria de Saúde