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09/06/2021 às 15:00, atualizado em 09/06/2021 às 17:57
Live no Planetário de Brasília homenageia Luiz Cruls, belga que delimitou o quadrilátero do DF. Desde maio, o espaço leva seu nome
É um quadrilátero cravado no coração do cerrado goiano com quase 15 mil metros quadrados. Está lá, bem visível no mapa do Brasil para quem quiser ver, estabelecendo, a partir do final do século 19, os limites da nova capital do país, inaugurada em abril de 1960. O feito dessa grande façanha científica foi de um belga radicado no Brasil desde 1874, Luiz Cruls, homenageado em live às 19h desta quarta-feira (9) no Planetário de Brasília, que disponibilizará o link a partir desse horário.
A expectativa é que cerca de mil pessoas assistam à live em tempo real e que um número ainda maior veja a apresentação depois que o link estiver disponibilizado no Instagram do planetário. Durante a mesa redonda, será exibido um vídeo de 17 minutos dramatizando a trajetória e feitos de Luiz Cruls. “Acreditamos ter um público bem eclético”, torce João Kerginaldo. “O evento de hoje tem o objetivo, entre outras coisas, de divulgar o novo nome do Planetário de Brasília”, reforça Robson Eleutério.
Nascido na cidade belga de Diest, província de Brabante, Louis Ferdinand Cruls estreitou laços com o Brasil em 1874, quando abandonou o exército do seu país para conhecer a região. No trajeto, a bordo do navio, trocou ideias com o recém-diplomata Joaquim Nabuco. Tempos depois, tornou-se amigo íntimo do imperador Dom Pedro II, grande entusiasta do mundo científico. Em 1881, já naturalizado brasileiro e com o nome de Luiz Cruls, foi empossado diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro.
O pai do quadrilátero do DF
Pouco tempo depois, já no Brasil República, com a vigência da Constituição de 1891, Cruls e uma equipe de 21 acadêmicos de vários segmentos da ciência – a nata do conhecimento científico da época – ficam encarregados de explorar o Planalto Central do Brasil, a fim de fazer estudos científicos da região da futura sede da capital brasileira. Nascia, assim, o Quadrilátero Cruls.
“Nós devemos muito a esse grande cientista o processo de interiorização da capital, pelo menos parte dele”, diz o presidente do Clube de Astronomia de Brasília. “Seus conhecimentos astronômicos e qualidades técnicas foram precisos para que essa missão fosse possível.”
Boa parte da documentação original dessa grande aventura pelo Planalto Central pode ser encontrada no Arquivo Público do Distrito Federal (ArpDF). Além de mapas, imagens e vários documentos textuais, merecem destaque no acervo duas cadernetas de anotações que pertenceram a um dos integrantes da equipe de Luiz Cruls. “Temos um material bastante vasto sobre a Missão Cruls, inclusive desenvolvemos uma exposição digital com informações detalhadas sobre o tema”, informa o superintendente do ArpDF, Adalberto Scigliano.
Confira a exposição digital organizada pelo Arquivo Público do DF.
Live em homenagem ao astrônomo Luiz Cruls