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13/07/2021 às 19:35, atualizado em 13/07/2021 às 20:32
Placas sinalizadoras vão contar a história do estilo consagrado como Patrimônio Cultural Imaterial do DF
“Não quebrem nada!” Foi o pedido do dono do bar Cafofo, Rênio Quintas, a Renato Russo quando ele lhe pediu o porão do local para os ensaios da banda de punk rock Aborto Elétrico, em 1979. “Não quebraram nada e quebraram tudo!”, disse o empresário, referindo-se ao início do movimento do rock brasiliense que mudou a trajetória do estilo musical na cidade e no Brasil. A declaração foi feita durante a inauguração da primeira sinalização da Rota Brasília Capital do Rock, na manhã desta terça-feira (13), Dia Mundial do Rock, na Torre de TV.
Primeiro acorde
Um show improvisado, como acontecia nos anos 80, com instrumentos no chão e muito sangue no olho, marcou o início da Rota Brasília Capital do Rock. Integrantes das bandas Distintos Filhos, Plebe Rude, Raimundos, Móveis Coloniais de Acaju, Rock Beats, Mel da Terra e Célia Porto tocaram músicas que fizeram o chão da Torre de TV tremer.
O movimento do rock começou há duas ou três gerações com Os Infernais e se fortaleceu nos anos 80 e 90, com a galera da Colina. “Pude vivenciar isso e de várias formas, como amigo, participante e, do outro lado da mesa, como empresário e produtor do Porão do Rock, colocando as bandas para tocar. A Rota é a confirmação da genuinidade cultural do rock de Brasília, que nasceu debaixo dos blocos, dos pilotis. É uma coisa incrível porque ela vai manter essa história na memória”, considerou Gustavo Sá.
A vocalista do Rock Beats, Daniela Firme, vê na iniciativa um incentivo para as pessoas virem a Brasília conhecer o que acontecia debaixo do bloco, nos espaços abertos, dentro do movimento musical. Segundo a artista, “a cidade tem um enorme potencial turístico a ser explorado pela música e a Setur-DF tem feito esse caminho integrado com a cultura local.”
Raimundos, Detrito e outras bandas
Para Digão, vocalista dos Raimundos, a Rota é uma conquista muito importante e será uma grande viagem no túnel do tempo para os amantes do rock brasiliense e do Brasil. “Brasília merecia essa iniciativa. Existe um enorme reconhecimento da cidade como a Capital do Rock”, afirmou
“A polícia vinha, a gente corria, o Dinho fazia uma letra, o Renato e o Philippe faziam outras letras. O rock de Brasília sempre foi revolucionário. Em qualquer parte do mundo, a gente vê a cultura local apoiada pelo Estado e hoje a gente está vendo uma realização que tem essa integração. O poder público sempre teve os olhos fechados para o movimento cultural que se fazia na cidade. Que essa inauguração seja o marco inicial dessa representatividade para que os governos sempre trabalhem para manter viva essa música que revolucionou a cultura de Brasília e do Brasil”, considerou o vocalista do Detrito Federal, PC Cascão.
“Brasília não mudou, o que mudou foi o olhar da Secretaria de Turismo sobre ela. Uma cidade só será boa para o visitante se ela for maravilhosa para o seu morador. É com esse olhar que estamos fazendo essa entrega a todos vocês. Viva o rock, viva o turismo, viva Brasília”Vanessa Mendonça, secretária de Turismodireita
Ricardo Jatobá, vocalista da banda Capacetes do Céu, cresceu na cidade e fez parte da história do rock brasiliense. Para ele, é necessário deixar registrado pro Brasil e pro mundo que Brasília é mesmo a capital do rock. A tradição cultural, gastronômica e musical que a cidade tem hoje começou lá atrás, num momento em que não havia muita coisa para fazer. “Esse trabalho da Secretaria de Turismo, junto com o Philippe Seabra, a Secretaria de Economia e a Upis projetam esse movimento cultural.”
Rota do Rock
A secretária Vanessa Mendonça declarou que a concretização da Rota Brasília Capital do Rock só está sendo possível pela importância dada ao projeto pelo governador Ibaneis Rocha e pela parceria com a Secretaria de Economia e a Upis. A secretária acredita que moradores e turistas terão uma experiência única pelo olhar do estilo musical que consagrou a história da cidade e que foi tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do DF pela Lei Distrital nº 5.615.
A Rota Brasília Capital do Rock passa a integrar diversas outras rotas criadas pela Setur-DF para ajudar moradores e visitantes a conhecer melhor os atrativos da capital federal. Segue um padrão internacional de sinalização, com informações bilíngues em inglês e espanhol para atender também o turista estrangeiro. A Coleção Rotas Brasília conta, ainda, com a Rota Fora dos Eixos; do Cerrado; da Paz; Cultural; Náutica, Cívica e Arquitetônica. Essas já estão mapeadas e disponibilizadas no site da Setur-DF .
Quando o público chegar a uma dessas estações terá a oportunidade de conhecer o fato do rock ocorrido ali, por meio de um resumo da história. Acessando um QR Code, será possível ampliar este conteúdo no Google Earth. As placas, com iconografia padrão e identificação por uma nota musical, contam a história resumida remetida àquele local. Ainda nesta semana, outras 14 placas sinalizadoras serão instaladas em locais como a Colina da UnB, Ermida Dom Bosco e Espaço Cultural Renato Russo, entre outros.
“Brasília não mudou, o que mudou foi o olhar da Secretaria de Turismo sobre ela. Uma cidade só será boa para o visitante, se ela for maravilhosa para o seu morador. É com esse olhar que estamos fazendo essa entrega a todos vocês. Viva o rock, viva o turismo, viva Brasília”, definiu a secretária Vanessa Mendonça.
*Com informações da Secretaria de Turismo