30/07/2021 às 18:18, atualizado em 30/07/2021 às 20:31

Boletim traça perfil da violência contra os idosos no DF

Documento elaborado pela Secretaria de Saúde traz dados dos últimos três anos referentes a sexo das vítimas, tipos de violência, entre outros aspectos

Por AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ROSUALDO RODRIGUES

No período de 2018 a 2020, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 8.422 casos de violências interpessoais no Distrito Federal. O número de notificações referentes ao ciclo de vida das pessoas idosas é de 273 (3,2% do total do período), uma média de 91 ocorrências ao ano.

No período de 2018 a 2020, 67% das notificações de violência registradas pelo Sinan são de pessoas do sexo feminino, enquanto que 33% são do masculino

Incidência por sexo

O Distrito Federal alcançou em 2020 população de 3.052.546 pessoas. A população idosa (acima de 60 anos) é composta por 346.221 pessoas, correspondendo a 11,3% da população geral. Já a distribuição da população idosa por sexo aponta 52,2% do sexo feminino e 47,8% do masculino.

Nos números apresentados pelo Sinan em relação às notificações de violência, a análise por sexo demonstra que 67% das notificações feitas no período de 2018 a 2020 são de pessoas do sexo feminino, enquanto que 33% são do masculino.

[Numeralha titulo_grande=”346.221″ texto=”é o número de idosos no DF, sendo 52,2% do sexo feminino e 47,8% do masculinodireita

De acordo com o documento, nas situações de violência contra a pessoa idosa, múltiplos atores são mais comuns, com vínculos familiares (cônjuge e filhos) e indivíduos adultos, do sexo masculino, que não fizeram uso de álcool no momento da agressão.

Tipos de violência

O boletim destaca que 91,8% das vítimas de violência por pessoas idosas são residentes no DF e 7,7% em Goiás. As regiões administrativas de residência desse grupo com maiores médias de prevalência no período estudado são Ceilândia, Samambaia e Guará.

Os dados também demonstram que no ciclo de vida das pessoas idosas, as violências mais prevalentes são a física e a psicológica ou moral; e, com o avançar da idade, as violências financeira ou econômica e negligência ou abandono. Os meios de agressão mais prevalentes são a força física e a ameaça. Na violência sexual, o tipo mais prevalente é o estupro.

A violência sexual é a mais frequente quando o autor é do ciclo de vida das pessoas idosas, com 49,5% – seguida pela violência psicológica, com 39,9%, e física, com 35,8%. O estupro ocorre em 30,8% dos casos, e o assédio sexual, em 18,3%. Os meios de agressão mais utilizados são a força corporal com espancamento, que apresentam 30,8% de frequência, e a ameaça, com 28,8%.

Atendimento especializado

O Nepav oferece um conjunto de recomendações baseadas nos dados e suas análises com o intuito de fortalecer a atuação dos gestores e dos profissionais de saúde, a fim de diminuir o número de casos de violência contra os idosos e melhor notificá-los.

Atualmente, a Secretaria de Saúde disponibiliza atendimento especializado para as pessoas em situação de violência. O Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav), com 17 unidades distribuídas em todo o DF, oferece acolhimento em horário comercial, de segunda a sexta-feira.

*Com informações da Secretaria de Saúde