31/07/2021 às 10:15, atualizado em 31/07/2021 às 11:44

Já fez teste para hepatite? Previna-se contra esse mal

Rede Pública de Saúde oferece à população exames diagnósticos e tratamentos. Vacinas para algumas variações da doença também estão disponíveis

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | EDIÇÃO: ROSUALDO RODRIGUES

Doenças silenciosas em que os sintomas e sinais pouco aparecem. As hepatites virais podem levar à morte caso não sejam tratadas com antecedência. E para detectar qualquer uma delas, é necessária a realização de um simples teste rápido, oferecido na rede pública de saúde.

Além de testagem e tratamentos, as UBSs do DF disponibilizam vacinas contra as hepatites dos tipos A e B para todas as idades

“A hepatite é ‘silenciosa’ e dificilmente se manifesta. Às vezes provoca um mal-estar, enjoo ou icterícia (pele amarela causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue)”, informa a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel.

“Dessa forma, é muito importante o diagnóstico precoce para se buscar a cura”, explica a especialista. Já desenvolvida, a enfermidade ataca o fígado, podendo levar, em alguns casos, à cirrose ou ao câncer desse órgão.

Transmissão pelo sangue

A principal forma de transmissão das hepatites B, C e D é por meio do contato com sangue e hemoderivados. Podem também ser transmitidas por contato sexual e da mãe infectada para o recém-nascido (durante o parto ou no período perinatal).

“A vacina já é universal e disponível no SUS para todas as idades. É muito importante que as pessoas imprimam o seu calendário vacinal e façam a imunização disponível aqui nas unidades no DF”Beatriz Maciel, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveisdireita

A infecção acontece, ainda, via compartilhamento de objetos contaminados, bem como em procedimentos cirúrgicos, odontológicos e endoscopia, quando não estão devidamente esterilizados. A transmissão da hepatite A se dá por meio do contato das fezes com a boca (fecal-oral).

Vacina é um bom caminho

Já existe vacina na rede para essa doença infecciosa. Aplicada há muito tempo em crianças e recém-nascidos, ela nem sempre é lembrada pelo público adulto. Os tipos A e B podem ser prevenidos por meio da imunização e, inclusive, a dose está prevista no calendário nacional de imunização.

“A vacina já é universal e disponível no SUS, para todas as idades, desde 2016. É muito importante que as pessoas imprimam o seu calendário vacinal e façam a imunização disponível aqui nas unidades no DF”, recomenda Beatriz Maciel.

Prevenção e tratamento

Para evitar a hepatite A, é recomendado lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro ou trocar fraldas e antes de cozinhar ou comer. Também é indicado o uso de água tratada e higienização adequada dos alimentos. Já o tratamento desse tipo se resume a repouso e cuidados com a dieta do paciente.

As hepatites B e C podem ser prevenidas evitando-se o contato com o sangue contaminado, razão pela qual é recomendado usar preservativos nas relações sexuais; exigir materiais esterilizados ou descartáveis e não compartilhar itens, equipamentos ou utensílios de uso pessoal.

A hepatite B não possui cura, mas seu tratamento é feito com medicamentos específicos (alfapeginterferona, tenofovir e entecavir), com o objetivo de reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, especialmente a cirrose e o câncer de fígado.

No caso da hepatite C, a intervenção terapêutica é feita com os chamados antivirais de ação direta (DAA), administrados, geralmente, por 8 ou 12 semanas.