29/08/2021 às 11:46, atualizado em 29/08/2021 às 15:18

Ibaneis Rocha repudia depredação ocorrida na Praça dos Orixás

Governador visitou local e se comprometeu a recuperar estátua queimada

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

“Temos aqui no Distrito Federal um ambiente de muita convivência entre todas as religiões. Em vários momentos, principalmente nos processos de regularização fundiária, recebemos representantes de todas elas. Ficamos muito tristes de ver um ato de intolerância religiosa de tamanha gravidade”Governador Ibaneis Rochaesquerda

O governador Ibaneis Rocha afirmou que repudia a depredação na Praça dos Orixás, próxima à Ponte Costa e Silva. A afirmação foi feita durante visita feita ao local na manhã deste sábado (28). Na última quinta-feira (26), uma das esculturas das divindades africanas, a estátua de Ogum, amanheceu incendiada. O caso está sendo investigado como ato de intolerância religiosa pela Polícia Civil do DF.

“Temos aqui no Distrito Federal um ambiente de muita convivência entre todas as religiões. Em vários momentos, principalmente nos processos de regularização fundiária, recebemos representantes de todas elas. Ficamos muito tristes de ver um ato de intolerância religiosa de tamanha gravidade”, afirmou o governador.

Acompanhado do secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, e da administradora regional do Plano Piloto, Ilka Teodoro, o chefe do Executivo local disse que os dois órgãos estão trabalhando para a recuperação da imagem queimada.

“Também vamos partir para um processo de revitalização total da Prainha, que já vem sendo estudado pela administração. Fica aqui nosso total repúdio a este ato de vandalismo que ocorreu aqui. A gente espera ter toda essa situação reparada o mais rápido possível ”,disse.

A Praça dos Orixás tem 16 estátuas que representam as divindades africanas. Elas foram feitas pelo artista baiano Tatti Moreno e são as mesmas que flutuam no Dique do Tororó, em Salvador. No ano-novo de 2015, a estátua de Oxalá também foi queimada e, atualmente, uma roupa feita de TNT esconde os estragos na escultura.

Para uma das lideranças do candomblé do DF, Adna Santos, mais conhecida como mãe baiana, a depredação não foi um ato de vandalismo comum, mas trata-se de um caso de “racismo religioso”. “Eles serraram a cabeça da estátua, a penduraram na árvore e colocaram fogo no corpo”, disse. “Respeita meu axé que eu respeito sua fé”, pediu.