14/09/2021 às 08:15, atualizado em 14/09/2021 às 13:47

Estratégia unificada para combater incêndios

Órgãos federais e distritais usam protocolo para debelar e controlar fogo; metodologia também serve para incidentes como tremores de terra e explosões

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição Rosualdo Rodrigues

Órgãos distritais e federais estão se unindo para combater incêndios tão comuns neste período de seca intensa. Para evitar as queimadas, é necessário planejamento e ações preventivas. É o que propõe o Sistema de Comando de Incidentes (SCI), ferramenta usada no Distrito Federal para situações de emergência como essas. Trata-se de um manual de procedimentos que deve ser seguido pelas equipes.

O coronel Aníbal Jr. lamenta os incêndios causados pela ação humana: “Só trazem prejuízos ao meio ambiente e também ao homem”

Participação do homem

A metodologia SCI – da qual a padronização e o comando unificado são os carros-chefes – foi usada primeiramente nos Estados Unidos no início dos anos 2000, segundo relata o coronel Aníbal Jr. Atualmente, já é adotada em vários estados brasileiros. “É um conjunto de normas que pode ser usado em vários incidentes, não só no incêndio florestal”, conta o militar.

O protocolo prevê, por exemplo, uma cadeia de comando em que os integrantes da força-tarefa se reportem somente a um líder designado, seja um oficial, supervisor, etc. Os agentes devem também usar a mesma terminologia – o que significa termos de conhecimento comum, sem utilizar novas denominações, conforme orienta o manual.

E é recomendada ainda a elaboração rápida de um Plano de Ação do Incidente (PAI), um documento curto onde devem constar estratégias e recursos que serão usados na operação – a exemplo do que foi produzido por Larissa Diehl, no caso da Flona.

“É uma ferramenta que organiza a atuação dos vários órgãos; assim, conseguimos diminuir o tempo-resposta ao incidente. A eficácia é maior, todavia não posso estimar o tempo, porque incêndio florestal varia muito no decorrer do tempo”, explica o coronel Aníbal Jr.

“No caso da floresta, o Brasília Ambiental e o Instituto Chico Mendes cuidaram de uma área conhecida como ‘geladeira’. Já os militares trabalharam no restante do perímetro”, acrescenta.

O Corpo de Bombeiros usa o método dentro da operação Verde Vivo, voltada para o combate às queimadas por todo o DF. Fogo apagado, os órgãos fazem um trabalho de vigilância nas áreas para evitar a chamada reignição, que é a volta dos focos de incêndio.

E o cuidado com a natureza segue indispensável, conforme lembram os bombeiros. Cerca de 95% dos incêndios em áreas verdes são causados pelo homem, direta ou indiretamente. “É a ponta de cigarro jogada na mata, é o incêndio intencional, a queima de lixo. Tudo isso deve ser evitado. Só traz prejuízos ao meio ambiente e também ao homem”, finaliza o coronel Aníbal Jr.