15/09/2021 às 10:45

Hospital de Base começa a fazer exames com PET-CT

Equipes avançam na capacitação para manejo do equipamento, que permite mapear as áreas tumorais com mais precisão

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Os primeiros exames elaborados com o equipamento PET-CT, que gera imagens de alta definição para diagnósticos mais precisos de câncer e outras doenças, foram realizados nesta terça-feira (14), no Núcleo de Medicina Nuclear do Hospital de Base, com três pacientes que estão em tratamento. Administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), a unidade é a primeira e única da rede pública a contar com esse equipamento.

“A utilização do aparelho nos dá maior precisão no diagnóstico e na escolha das terapias a serem aplicadas” Rodrigo Guimarães Furtado, chefe do Núcleo de Medicina Nuclearesquerda

Segundo o chefe do Núcleo de Medicina Nuclear, Rodrigo Guimarães Furtado, até a próxima sexta (17) há a previsão de mais nove exames, três a cada dia. A realização dos exames faz parte do treinamento dos 20 profissionais de saúde recém-contratados e treinados, agora, para operar o sofisticado equipamento, que foi adquirido em 2013 e somente agora está sendo instalado.

Fase de treinamento

Esta será a quarta das cinco semanas de capacitação dos profissionais e, praticamente, é a última fase para que o equipamento seja inaugurado. Para os exames, é usado material radioativo específico, injetado e distribuído por todo o corpo do paciente. A substância fica concentrada nos tecidos afetados, possibilitando uma identificação mais precisa do tumor.

Esses exames são resultados de duas tecnologias agregadas em dois equipamentos: a tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). Os procedimentos feitos com essas duas máquinas fornecem detalhes mais nítidos sobre o quadro clínico do paciente.

“A utilização do aparelho nos dá maior precisão no diagnóstico e na escolha das terapias a serem aplicadas”, avalia o chefe do Núcleo de Medicina Nuclear. “Isso impacta diretamente os custos dos tratamentos.”

O primeiro paciente a inaugurar o PET-CT foi Téo Luiz Rocha dos Santos, 18 anos. Diagnosticado em agosto de 2020, com linfoma, câncer que se origina no sistema linfático, ele fez o exame acompanhado pelo pai, Wenanys dos Santos Nunes, 49 anos.

Nunes conta que o rapaz vinha tendo sessões de quimioterapia e o tratamento apresentou resultado. Durante três meses, o câncer não se manifestou. “Infelizmente, a doença voltou”, lamenta. “A quimioterapia não está mais fazendo efeito. A esperança, agora, é que com esses exames de alta qualidade os médicos consigam descobrir o que está acontecendo e encontrem uma alternativa para o tratamento”.

O trabalho

A equipe que vai operar o PET-CT começou a ser treinada em 26 de agosto. São 20 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos nucleares, físicos e radiofarmacêuticos. Na primeira semana, os colaboradores aprenderam a usar da bomba injetora, utilizada para injetar substâncias que permitem identificar, com maior precisão, possíveis doenças nos pacientes.

Na segunda semana, eles aprenderam a operar a máquina Lap Dourado, equipamento de laser que atua em conjunto com o PET-CT para mapear as áreas tumorais e definir onde é preciso aplicar tratamento pela radioterapia. Nessa fase, a equipe aprendeu ainda a usar o gatilho respiratório, ferramenta auxiliar do PET-CT que calcula e harmoniza o exame com o ritmo respiratório do paciente, impedindo que a imagem saia borrada.

A terceira semana foi marcada pela fase da calibração do equipamento, quando foram instalados softwares para fazer os testes de tomografia computadorizada (CT). Essa etapa contou com a participação de 20 pacientes de radiologia de hospitais públicos do DF, que tiveram exames de tomografia agendados no HB, entre eles a cabeleireira Ivana Ferreira, 60 anos.

Ivana fez tomografia no tórax, abdômen superior e pelve, após se queixar de dores durante atendimento no Hospital Universitário de Brasília (HUB). “Eles me encaminharam para realizar o exame aqui no Hospital de Base para testar a máquina”, conta. “Achei o ambiente superagradável, a começar pela atenção e bom atendimento dos profissionais. Coisa de primeiro mundo”.

*Com informações do Iges-DF