21/09/2021 às 14:14, atualizado em 21/09/2021 às 15:16

Espaço Renato Russo exibe xilogravuras e ativismo feminino

São duas exposições, que começam na sexta (24) e vão até 31 de outubro

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

O Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), na 508 Sul, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), abre duas exposições na sexta-feira (24). Na primeira, o artista potiguar Valdério Costa apresenta 30 xilogravuras, entre matrizes e gravuras impressas; e, na mostra Belarus: A democracia tem rosto de mulher, o público terá contato com 53 fotos, uma instalação e dois documentários.

“Creio que a minha produção artística é a representação da minha aldeia. Minha aldeia é o mar, o sertão e a urbe também” Valdério Costa, artistaesquerda

Xilogravuras

Caracterizada pela técnica de reprodução de imagens impressas a partir de matriz em madeira entalhada, a xilogravura ganha a seguinte definição de Valdério Costa: “É uma linguagem artística que requer o conhecimento de desenho, a precisão no entalhe e o domínio da impressão, que pode ser feita com uma prensa ou com a pressão de materiais diversos.”

Graduado em artes plásticas pela Universidade de Brasília (UnB) e professor de Artes Visuais e História da Arte da Secretaria de Educação (SEE), Valdério, que também é poeta, avalia a xilogravura como arte autônoma, ainda que seja frequentemente associada à literatura de cordel.

“Uma frase atribuída a Tolstói [escritor russo autor de  obras imortalizadas na literatura internacional, como Guerra e Paz e Anna Karenina] afirma que, quando você representa a sua aldeia, evoca o universal”, diz. “Creio que a minha produção artística é a representação da minha aldeia. Ela está nas minhas recordações da infância, nas histórias e músicas que ouvi, nos livros e cordéis que li, nas imagens que guardo. Minha aldeia é o mar, o sertão e a urbe também.”

 Resistência feminina

Mostra sobre mulheres exibe fotos e documentáriosdireita

Belarus: a democracia tem rosto de mulher apresenta fotos que mostram mulheres de várias idades perfilando-se diante de carros blindados, brandindo ramos de flores para militares de máscaras. A produtora da mostra, Anastasiya Golets, explica que, em seu país, não há nenhum dispositivo legal que proteja as mulheres contra a violência doméstica, como a Lei Maria da Penha.

Um dos destaques dessa exposição é o documentário As irmãs de protesto, com 45 minutos (classificação indicativa para 12 anos), de uma revista independente, com monólogos de mulheres sobre a atitude, combatida pela repressão militar de Belarus, de não permanecer em silêncio diante da privação de seus direitos básicos.

Outro documentário dessa mostra, Gaudeamus (46 minutos, classificação indicativa para 16 anos), foi elaborado por um coletivo de estudantes de direito e tem no título o significado de “alegremo-nos”, fortalecendo o slogan de estudantes recortado de uma antiga canção em latim. O filme mostra a luta pelo direito de viver em um país democrático.

Ainda nessa exposição, a instalação A cela, do artista e fotógrafo Andrey Anro, busca reproduzir o ambiente nas prisões. “Você conhecerá os rostos e as histórias dos mais de 600 presos políticos belarussos, poderá deixar uma mensagem em frases nos cartões-postais que forneceremos e, posteriormente, enviaremos para elas e eles”, anunciam os organizadores do trabalho.

“As mulheres, com sua presença maciça, desencadearam um movimento popular e pacífico contra um regime que resiste há mais de 25 anos”, relata o curador da mostra, Luca Bonacini. “As fotos mostram mulheres que, de branco, saem às ruas com flores na mão e sorrisos no rosto, suas únicas armas.”

Espaço Cultural Renato Russo/508 Sul – exposições

  • Valdério Costa: Xilogravuras
    Na Galeria Parangolé
  • Belarus: a democracia tem rosto de mulher
    Galeria Rubem Valentim
    Ambas as mostras ficam abertas de sexta-feira (24) a 31 de outubro, com entrada gratuita e visitação de sexta-feira a domingo, das 10h às 16h.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa