30/09/2021 às 16:03, atualizado em 30/09/2021 às 16:42

Lançado edital para o projeto Escola do Carnaval

Com aporte de R$ 1,5 milhão, certame vai selecionar Organização da Sociedade Civil (OSC) para gerenciar a iniciativa

Por Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) abre, nesta quinta-feira (30), edital de chamamento público a fim de selecionar Organização da Sociedade Civil (OSC) para gerenciar o projeto Escola de Carnaval. Com o aporte de R$ 1,5 milhão, a proposta engloba todas as regiões administrativas (RAs).

“Resgatar o carnaval é resgatar a história de formação desta cidade. A partir dessa premissa, a Secec cria possibilidades de retomada por meio desse edital para os realizadores do carnaval” Sol Montes, subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC)esquerda

Escola de Carnaval é um “esquenta” para o desfile das escolas de samba em 2023. Devido à interrupção dos desfiles em 2014, esse projeto tem o viés de recompor essa tradição. Dessa forma, os recursos vão servir para o pagamento de despesas e capacitação de até 500 membros de cada comunidade. Além de financiar eventos esporádicos, de produção dos agentes para vivenciarem suas composições, reuniões e festejos fora de época.

“O primeiro desfile de escola de samba aconteceu na plataforma da rodoviária em 1962. Então, resgatar o carnaval é resgatar a história de formação desta cidade. A partir dessa premissa, a Secec cria possibilidades de retomada por meio desse edital para os realizadores do carnaval”, diz Sol Montes, subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC).

Requisitos

Para contratar professores e formadores para o projeto, é exigido que o profissional tenha certificado de, ao menos, 500 alunos, com exigência mínima de 70% em qualquer segmento ou expressão cultural, contanto que seja dentro da categoria do carnaval.

As propostas devem apresentar estratégias de inclusão de Pessoas com Deficiência (PCD). É obrigatório que o proponente preveja medidas de acessibilidade estrutural a fim de atender às pessoas com mobilidade reduzida e idosos. Os planos precisam obrigatoriamente promover a sustentabilidade, baseados nos conceitos da economia sustentável.

Descentralizado, o projeto deve propor eventos e aulas nas diversas RAs. Para a instituição candidata, é preciso comprovar dois anos mínimos de situação ativa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), com comprovação emitida pelo site da Receita Federal.

Inscrições

A OSC interessada deve enviar a proposta Escola de Carnaval em formato eletrônico PDF para o e-mail protocolo@cultura.df.gov.br, no período de 1 a 30 de outubro. É importante atentar para as definições do plano de trabalho, com as etapas exigidas pelo edital.

“Queremos o barracão para trabalharmos com a montagem do carnaval, os cursos de corte e costura, principalmente, para entrarmos com o social, apoiados pelo GDF”Denise dos Santos, presidente da escola de samba Unidos da Vila Planaltoesquerda

Construções para o futuro

Nos dias 28 e 29 de setembro, a Subsecretaria de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC) organizou o 1º Seminário: Diálogo sobre Carnaval, com ações permanentes para dialogar iniciativas futuras para o carnaval. Foram convidados representantes da Liga de Escolas de Samba Tradicionais de Brasília (Liesb), da União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo do Distrito Federal (Uniesbe) e organizadores do evento em outros estados da Federação, como Bahia e Minas Gerais.

“Estamos aqui para discutir propostas para que o carnaval em Brasília não morra, dentro daquela máxima de que o samba não pode morrer e o show tem que continuar”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues.

Durante o seminário, a Secec apresentou a proposta do primeiro edital de formação e capacitação. Buscou ainda discutir com os fomentadores outras formas para a manutenção do carnaval, com o intuito de beneficiá-los durante todo o ano de 2022.

Entre os tópicos mais pedidos pelos participantes, estiveram a organização de um local específico e único para o sambódromo; envolvimento dos administradores regionais e demais secretarias do DF, em prol da permanência dos blocos e escolas; edital conciso e que atenda às especificidades de demanda do carnaval em Brasília; e sedes e barracões fixos nas cidades de atuação.

“Nós queremos o barracão para trabalharmos com a montagem do carnaval, os cursos de corte e costura, principalmente, para entrarmos com o social, apoiados pelo GDF. Assim, nossas crianças e idosas estarão na nossa sede. Isso é muito importante para ocupar o tempo dessas pessoas”, explica Denise dos Santos, presidente da escola de samba Unidos da Vila Planalto.

No segundo dia de reunião, a SDDC montou grupos de trabalho com os dirigentes para que fossem discutidas suas fraquezas, grandezas, ameaças e sonhos. É entendimento dos fomentadores que o carnaval deve ser feito em conjunto com a comunidade e com o apoio e o querer dos entes e agentes do Estado.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF