16/10/2021 às 09:20, atualizado em 16/10/2021 às 14:24

GDF garante segurança alimentar e nutricional às famílias vulneráveis

Atuação intersetorial vai desde a produção do alimento até a entrega do Cartão Prato Cheio e a refeição servida nos restaurantes comunitários

Por Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

Dia 16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação, data criada para reforçar a importância de manter uma alimentação saudável e garantir a segurança alimentar e nutricional. Para as famílias em vulnerabilidade social, o Governo do Distrito Federal (GDF) oferece uma rede ampla de proteção que vai desde a produção do alimento, por meio da agricultura familiar, até a entrega do Cartão Prato Cheio e a refeição que é servida nas unidades socioassistenciais e nos restaurantes comunitários.

A secretária Mayara Noronha Rocha observa que quando assumiu a Sedes, em abril de 2020, 8 mil pessoas recebiam a cesta básica in natura; hoje, 38 mil famílias recebem o benefício do Prato Cheio | Foto: Divulgação/Sedes

Qual o propósito da comemoração do Dia Mundial da Alimentação?
O Dia Mundial da Alimentação é comemorado no 16 de outubro e foi criado com o intuito de desenvolver uma reflexão a respeito do quadro atual da alimentação mundial. A data foi escolhida para lembrar a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), uma agência das Nações Unidas que tem como uma de suas funções liderar e articular os esforços internacionais para acabar com a fome. De acordo com a própria FAO, o objetivo da organização é alcançar a segurança alimentar de todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade suficientes para levar-se uma vida ativa e saudável.

A Sedes tem realizado ações que compõem um conjunto integrado de intervenções e essas intervenções fortalecem a política de segurança alimentar e nutricional da capital”esquerda

Qual o tema deste ano do dia 16 de outubro?
Em 2021 o tema é “As nossas ações são o nosso futuro”. Esse tema tem por objetivo chamar a atenção para a escolha dos alimentos que consumimos e de que forma podem impactar na nossa saúde e no planeta. Procura-se assim provocar uma reflexão sobre o modelo de produção de alimentos, forma de distribuição e acesso pela população, aproveitamento total do alimento e desperdício.

Por que pensar nos sistemas de produção?
Porque é importante entender que o que consumimos é proveniente de um sistema e que pensar na transformação dos sistemas agroalimentares atuais é necessário para que eles sejam mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis. Assim, obteremos uma melhor produção, melhor nutrição, um melhor meio ambiente e uma melhor qualidade de vida. Esses quatro objetivos demonstram a interconexão entre as dimensões econômicas, social e ambiental dos sistemas agroalimentares. É preciso pensar no todo, sendo inclusive um princípio orientador da FAO para contribuir de forma direta sobre a erradicação da pobreza, da fome e sobre a redução das desigualdades.

Por que o tema de alimentação está tão evidente nesses dois últimos anos?
A situação de insegurança alimentar no Brasil vem sendo avaliada por pesquisas, como a PNAD e a Pesquisa de Orçamento Familiar. Os dados de 2017-2018, identificados na Pesquisa de Orçamento Familiar, por exemplo, estimaram que 63,3% dos domicílios brasileiros estavam em situação de segurança alimentar, enquanto 36,7% dos domicílios restantes estavam com algum grau de insegurança alimentar. Realidade que não difere no Distrito Federal.

Quando assumi a Sedes, em abril de 2020, tínhamos 8 mil pessoas recebendo a cesta básica in natura. Hoje, são 38 mil famílias recebendo o benefício do Prato Cheio, e vamos chegar até o fim do ano com 40 mil beneficiários. Um aumento considerável, chegando a quase 400%. Além de 70 mil beneficiários do Cartão Gás. Sem contar as mais de 22 mil refeições servidas nos 14 restaurantes comunitários, o que mostra que a população tem buscado essa alternativa para completar a alimentação da família. Então, é fato que essa pandemia da covid-19 agravou a vulnerabilidade dessas famílias, e o Estado precisa se fazer presente para assegurar o direitos delas.

O que GDF tem feito para atender essa população que mais necessita da proteção do Estado?
A Sedes tem realizado ações que compõem um conjunto integrado de intervenções e essas intervenções fortalecem a política de segurança alimentar e nutricional da capital. Entre essas ações temos o provimento alimentar direto às pessoas atendidas as unidades socioassistenciais, por meio da entrega do Cartão Prato Cheio, no valor de R$ 250, destinado à compra de alimentos, ou a entrega da cesta básica para aqueles que não se enquadram no programa.

“É importante ressaltar que outras secretarias possuem ações que promovem a segurança alimentar e nutricional no Distrito Federal”esquerda

Há também o fomento à agricultura familiar por meio da compra institucional de frutas, verduras e legumes produzidos pelos pequenos agricultores da região do DF; oferta de café da manhã, por R$ 0,50, e almoço à população no valor de R$ 1 nos restaurantes comunitários, sendo gratuito para a população em situação de rua. Além dessas ações, a Sedes atende ainda com refeições as unidades de acolhimento socioassistenciais; incentiva as hortas comunitárias, como as implementadas em São Sebastião e Ceilândia, e as atividades de educação alimentar e nutricional.

É importante ressaltar que outras secretarias possuem ações que promovem a segurança alimentar e nutricional no DF. É o caso da Secretaria de Educação, com a alimentação escolar, onde é ofertado alimentos saudáveis e também provenientes da agricultura familiar para os alunos da rede de ensino do DF; da Secretaria de Saúde, com ações de promoção à alimentação e ambientes saudáveis de modo a orientar a população quanto a importância da alimentação e práticas saudáveis, e a Secretaria de Agricultura, que vem dando suporte aos produtores rurais e a capacitação técnica, juntamente com a Emater-DF. Enfim, essa intersetorialidade e a participação ativa da sociedade são fundamentais para implementar políticas públicas que se concretiza em ações de forma eficaz.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF