28/10/2021 às 17:44, atualizado em 28/10/2021 às 19:24

Supertomógrafo é inaugurado no Hospital de Base

PET-CT, equipamento de mais de R$ 5,6 milhões que ficou sete anos encaixotado, revoluciona tratamento de câncer

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

“Com base na qualidade das imagens, os médicos poderão apresentar diagnósticos altamente precisos sobre tumores cancerígenos, doenças do coração, processos infecciosos ou problemas neurológicos dos pacientes” Rodrigo Guimarães Furtado, chefe do Núcleo de Medicina Nuclear do HB direita

Foram sete anos na caixa e um em montagem. Depois de tanta espera, o Governo do Distrito Federal (GDF) colocou à disposição de pacientes da rede pública de saúde em tratamento de câncer o supertomógrafo PET-CT. Com moderna tecnologia, o equipamento produz, em poucos minutos, imagens digitalizadas em alta definição de todo o organismo humano, identificando lesões com tumores ou áreas de aumento do metabolismo.

Instalado no novo Núcleo de Medicina Nuclear do Hospital de Base (HB), o tomógrafo já está pronto para funcionar e foi entregue pelo governador Ibaneis Rocha. O aparelho, que teve seu processo de instalação destravado pela atual gestão do governo, revoluciona o tratamento de pacientes com câncer no DF.

“É um equipamento de alta tecnologia e trará mais precisão ao diagnóstico das doenças no Distrito Federal”, avalia o governador Ibaneis. “Vai ajudar cada vez mais na cura das pessoas doentes, o que é o nosso objetivo primordial.”

Esse é o primeiro PET-CT instalado na rede de saúde pública do GDF. Voltado, inicialmente, a pacientes em tratamento oncológico, o tomógrafo permitirá a realização de 10 a 12 exames por dia, cerca de 50 por semana e pelo menos 2,6 mil ao ano. “É uma conquista que qualifica e dá mais eficácia à linha de tratamento oncológico do DF”, comemora o superintendente do Hospital de Base, Paulo Giovanni Cortez.

Com instalações remanescentes da década de 1970, o Núcleo de Medicina Nuclear foi todo reformado, inclusive para receber o novo PET scan. Além da modernização do espaço, foram construídas duas salas para exames de cintilografia no tratamento de pacientes com câncer e outras doenças, como problemas cardiológicos.

“Com base na qualidade das imagens, os médicos poderão apresentar diagnósticos altamente precisos sobre tumores cancerígenos, doenças do coração, processos infecciosos ou problemas neurológicos dos pacientes, direcionando de forma mais precisa o tratamento e controle da doença”, explica o chefe do Núcleo de Medicina Nuclear, Rodrigo Guimarães Furtado.

Coube ao governador Ibaneis Rocha, no fim de 2019, determinar o desencaixotamento e dar a devida funcionalidade ao tomógrafoesquerda

O que é o PET-CT

O PET-CT é um exame que revela, com alta precisão, alterações metabólicas nas áreas da cardiologia, infectologia, neurologia e, principalmente, oncologia. Nesse caso, o exame é solicitado para avaliação de metástases e estágio da doença, fornecendo aos médicos subsídios para direcionar e avaliar o tratamento dado ao paciente.

O nome do equipamento é a junção das siglas de dois tipos de tecnologias usadas para a produção de imagens de alta resolução: a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Tomografia Computadorizada (CT).

Antes mesmo de ser inaugurado, o PET-CT já faz parte da história da saúde pública do Distrito Federal e do Hospital de Base. O equipamento foi adquirido, em 2013, por US$ 1 milhão (mais de R$ 5,6 milhões, em valores atuais). Houve, porém, um erro de planejamento, pois o hospital não havia sido preparado para receber a gigantesca aparelhagem, que pesa mais de cinco toneladas.

À época, a única solução foi deixá-lo como havia sido entregue: embalado em dezenas de enormes caixas. E assim o aparelho passou as duas últimas gestões armazenado em caixotes espalhados pelos corredores do Hospital de Base. Coube ao governador Ibaneis Rocha, no fim de 2019, determinar o desencaixotamento e dar a devida funcionalidade ao tomógrafo.

O secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, foi superintendente do Hospital de Base e um dos que trabalharam para que o equipamento saísse das caixas e virasse uma realidade de atendimento da saúde pública do DF. “Além de levar melhores condições de tratamento para o paciente, tem economia também no tratamento e é o único do setor público”, pontua o gestor.