07/12/2021 às 15:10, atualizado em 14/12/2021 às 13:29

Começa nesta terça-feira (7) o Festival de Cinema de Brasília

Neste ano, a programação do evento será norteada por ficções vindas de 11 estados brasileiros

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

Resistente e marcante, a maior e mais longeva festa do cinema nacional está pronta para entrar em cena. Desta terça (7) até 14 de dezembro, será realizado, em formato virtual, a 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB).

Neste ano, a programação do evento será norteada por ficções vindas de 11 estados brasileiros. Os longas-metragens da Mostra Competitiva serão exibidos no Canal Brasil, às 23h30.

Já os curtas e toda a programação da Mostra Brasília estarão disponíveis gratuitamente na plataforma InnSaei.TV. Os filmes selecionados vão receber R$ 400 mil em prêmios.

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Programação – 54º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Veja a linha do tempo do festival

A edição 54 – 2021

“O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro sempre, em sua natureza, foi um espaço para o diálogo com o que está por vir. Daqui, nasceram linguagens, estéticas e debates políticos que construíram a identidade do novo cinema brasileiro”, comenta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

“Essa edição nasce histórica porque vai pautar esse mundo pós-pandemia. Nada será como antes, e essas tendências serão examinadas nos dias de festival”, aponta o gestor.

Diretora-executiva do FBCB, Érica Lewis aposta na ampliação das plataformas de acesso ao público para acessar aos filmes num tempo de 24 horas para a Mostra Competitiva, 248 horas para a Mostra Brasília. “Esse foi um aprendizado que veio com a edição de 2020. As pessoas terão mais tempo para assistir e debater as produções selecionadas”.

Em 2020, vencendo o fantasma da pandemia, o Festival de Brasília contou com 620 mil espectadores no Canal Brasil e outros 10 mil circulando nos debates realizados no Canal do YouTube da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Neste ano, mais uma vez o Festival de Brasília enfrentou, com firmeza e perspicácia, as agruras impostas pela crise sanitária, formatando e trazendo para os entusiastas da sétima arte um encontro à altura de sua importância e grandeza sociocultural.

Assim, sob curadoria do cineasta Sílvio Tendler, e da professora da UnB Tânia Montoro, realizadores, público e intelectuais vão debater, dialogar e refletir, por meio de encontros virtuais, os rumos do audiovisual a partir do tema “O cinema do futuro e o futuro do cinema”.

Mantendo acesa a chama do estilo anárquico, rebelde e contestador que sempre marcaram o FBCB, surgido à sombra da ditadura, em novembro de 1965, o documentário “Já que Ninguém me Tira Para Dançar”, da cineasta Ana Maria Magalhães, foi o escolhido para abrir o evento. Uma homenagem à atriz Leila Diniz (1945 – 1972), o filme reconta a trajetória de um dos maiores símbolos da liberdade de expressão dos anos 1960, a partir de depoimentos de amigos e entrevistas restauradas da própria musa da contracultura nacional.

“Ela e Eu”

A seleção de longas da Mostra Competitiva traz quatro ficções e dois documentários da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. “Alice dos Anjos” (BA), de Daniel Leite Almeida, leva as fantasias de “Alice no País das Maravilhas” à paisagem do sertão baiano; “Lavra” (MG), de Lucas Bambozzi, expõe as feridas da devastação ambiental percorrendo os caminhos da lama tóxica e criminosa que devasta cidades inteiras; “Acaso” (DF), de Luis Jungmann Girafa, traz o estilo on the road à famosa via W3 de Brasília, celebrando a casualidade das grandes cidades.

Mostras paralelas

Léa Garcia: vida de cinema

Homenagens não vão faltar na 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além dos atores Paulo José, Paulo Gustavo, Tarcísio Meira e Flávio Migliaccio, lembrado com a exibição do filme de 1971, em cópia restaurada de “Aventuras com Tio Maneco”, serão lembradas também a diretora Tânia Quaresma e a escritora Lucília Garcez, mortas neste ano.

Um dos rostos negros mais conhecidos do cinema nacional e da televisão brasileira, a veterana Léa Garcia, 88 anos, vai ganhar o Candango Especial pelo Conjunto da Obra. Entre os seus trabalhos mais conhecidos nas telonas estão “Orfeu Negro” (1959), “Ganga Zumba” (1963) e Quilombo (1984), dirigidos por Cacá Diegues. Nas telinhas, seu talento pode ser conferido em sucessos como “Escrava Isaura” (1976), “Dona Beija” (1986) e, mais recentemente, nas séries “Sob Pressão” (2018) e “Carcereiros” (2019).

“São homenagens merecidas e necessárias”, assegura Silvio Tendler. “Como feminista que sou, sinto-me bem representada nessa edição do festival”, destaca Tânia Montoro.

O cinema do futuro e o futuro do cinema

Como acontece todos os anos, fórum de debates, seminários e painéis sobre diversos temas que convergem para o papel do cinema no Brasil e no mundo também farão parte da programação dessa edição do FBCB, que acontecerão na plataforma Zoom.

Estrelas internacionais do naipe do grego Costa-Gravas (“Z”), e do israelense Amos Gitaï (Kippur), estão entre as atrações.

Os dois gigantes das telonas irão compor o programa de aulas magnas junto com os brasileiros Ruy Guerra (“Os Fuzis”) e Helena Solberg (“Vida de Menina”), nomes seminais do audiovisual nacional, diretamente ligados ao movimento Cinema Novo.

Narrativas femininas, periféricas, indígenas e quilombolas, além de questões como o futuro dos cineclubes e a mistura de linguagens no audiovisual, entre outros temas, serão debatidos por cineastas e intelectuais como Fernando Gabeira, Daniela Thomas, Pedro Butcher, Maya Da-Rin, Cibele Amaral.

“Nesses dois anos, muita coisa aconteceu com o cinema presencial, por conta dos protocolos de segurança. Ficou mais difícil de rodar, mesmo assim, muita gente filmou. Produções comedidas, mais modestas que compõem o perfil de um fenômeno internacional. Vamos discutir sobre isso”, antecipa Silvio Tendler.

“A curadoria trabalhou com a memória, para analisar o presente e projetar o futuro. Essa é a identidade dessa edição do festival”, destaca Tânia Montoro.

Como acessar a InnSaei.tv:

1. Entre no site: https://innsaei.tv/

2. Clique em ‘Acessar a plataforma’.

3. Na nova janela, no canto superior direito, clique em ‘Acessar’.

4. Na janela de login, vá até o final e clique em ‘Não tem login? Cadastre-se’.

5. Preencha seu nome, email e escolha uma senha e clique em ‘Cadastrar’.

6. Pronto. A partir do dia 7, terça, às 19h, logue-se, clique no banner do #54FBCB e escolha o que vai ver primeiro.