05/01/2022 às 15:31

Liderança feminina é cada vez mais forte no campo

Mais de 80% das famílias da área rural que acessaram o Cadastro Único são chefiadas por mulheres

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

[Numeralha titulo_grande=”1.249 ” texto=”famílias, entre as 1.526 registradas no Cadastro Único, têm uma mulher como chefe de famíliadireita

Em 2021, foram feitos no Distrito Federal 4.362 registros de produtores rurais no Cadastro Único por meio da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Os registros são de novas inscrições ou atualização dos dados em 11 meses, de janeiro a novembro. Desse total, 55%, o equivalente a 2.420 pessoas, são mulheres que moram na área rural. Os dados são da Sedes, gestora do Cadastro Único no DF.

Quase 82% dessas famílias que moram no campo e que tiveram acesso ao Cadastro Único são chefiadas por mulheres. Das 1.526 famílias registradas, 1.249 têm uma mulher como líder.

“O Cadastro Único garante à população em vulnerabilidade social acesso a programas sociais federais e do Distrito Federal, entre eles o novo Auxílio Brasil, a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Carteira do Idoso. Desde o ano passado, um convênio entre a Sedes e a Emater auxilia os produtores rurais cadastrados na entidade a fazer a inscrição e a atualizar dados cadastrais”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.

Uma dessas produtoras rurais que se inscreveram no Cadastro Único por meio da parceria entre a Sedes e a Emater é Maria Meire Veras, de 64 anos. “Esse Cadastro Único veio para ajudar muita gente. É um cuidado do governo com as mulheres do campo. Nós nos sentimos muito sozinhas, sem ter a quem recorrer”, relata ela. “Agora eu me sinto mais segura, porque antes tudo o que ia resolver, solicitar acesso a programa social, pediam a inscrição no Cadastro Único”.

Por meio do Cadastro Único, a agricultora, recentemente, obteve a Carteira do Idoso, benefício para pessoas acima de 60 anos de idade e renda individual de até dois salários mínimos que garante ao idoso acesso a vagas gratuitas e desconto de, no mínimo, 50% no valor das passagens interestaduais.

“Para mim, foi muito bom. Eu atualizei, recentemente, minha carteirinha do idoso e vou buscar no Cras [Centro de Referência de Assistência Social] porque pretendo passear fora da cidade”, planeja Maria Veras.

“Agora eu me sinto mais segura, porque antes tudo o que ia resolver, solicitar acesso a programa social, pediam a inscrição no Cadastro Único”Maria Meire Veras, agricultoraesquerda

Cadastro Único

No Distrito Federal, de acordo com a Sedes, 199.086 famílias e 522.840 pessoas estão inscritas no Cadastro Único. Os dados são de dezembro de 2021. Entre essas famílias, estão pessoas que moram na zona rural que tiveram a oportunidade de fazer a inscrição ou atualizar o cadastro nas unidades na Emater localizadas em áreas afastadas, por meio dos entrevistadores capacitados pela Sedes para executar o serviço.

Segundo a presidente da Emater, Denise Fonseca, o órgão tem 16 escritórios em diferentes zonas rurais do DF, o que facilita o atendimento junto aos produtores. “Essa cooperação está sendo uma grande ajuda aos nossos produtores e moradores do campo de baixa renda. Eles conseguem tirar dúvidas, fazer cadastro, renovar o cadastro e saber quais políticas públicas eles conseguem acessar por meio do Cadastro Único. Nossos técnicos, com a qualificação dada pela Sedes, conseguem identificar as situações e agilizar o atendimento. É uma união de esforços para levar serviços públicos a quem mais precisa”, afirma a gestora.

Para a secretária de Desenvolvimento Social, parcerias como essa, entre a Sedes e a Emater, mostram como a união de esforços é fundamental para viabilizar a concessão de benefícios sociais para as pessoas que mais precisam e ampliar a proteção social. “O Cadastro Único traz segurança para o produtor rural. O homem e a mulher do campo estão mais distantes e necessitam desse cuidado especial para conseguir receber os recursos que o governo pode oferecer e continuar produzindo”, destaca Mayara Rocha. “Pelo fato de eles estarem longe da cidade, fica mais complicado o acesso a uma unidade socioassistencial e, às vezes, até ao telefone. Temos muitas mulheres chefes de família também no campo. Então, é importante buscarmos formas de estar mais próximos dessa população para que elas não fiquem desassistidas”.

Parceria

A cooperação entre a Sedes e a Emater permite que produtores de baixa renda residentes em áreas rurais do DF evitem o deslocamento para áreas urbanas em busca da inclusão no Cadastro Único. Antes do acordo, Sedes e Emater já atuavam de forma semelhante, com a empresa apoiando os produtores no cadastro.

Em janeiro de 2021, cerca de 30 extensionistas da Emater participaram de um curso de formação de entrevistadores promovido pela Sedes para capacitar os profissionais a fazerem a inscrição dos agricultores.

*Com informações da Sedes e da Emater