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14/01/2022 às 15:44, atualizado em 14/01/2022 às 15:48
Serão investidos R$ 55 milhões na primeira etapa das obras, que começarão pela Sala Martins Pena e devem gerar 2.800 empregos
O Governo do Distrito Federal (GDF) deu início nesta sexta-feira (14) ao processo que vai encerrar oito anos de palco vazio e luzes apagadas no Teatro Nacional Claudio Santoro. O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, assinou o projeto básico para obras de edificações que compõem o edital de licitação elaborado pela Novacap.
A proposta enviada pela empresa concorrente deve apontar soluções técnicas para reforma das instalações prediais, sobretudo elétrica e climatização; recuperação estrutural, restauração de pisos, revestimentos, esquadrias e de imobiliários, incluindo revestimento acústico, além de atualização tecnológica e de segurança das estruturas e dos mecanismos cênicos.
“Vamos devolver para a sociedade uma Sala Martins Pena moderna e em conformidade com o restauro do bem tombado”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativaesquerda
“Vamos devolver para a sociedade uma Sala Martins Pena moderna e em conformidade com o restauro do bem tombado”, destaca o secretário.
O caminho da reforma
Em janeiro de 2014, no rastro da tragédia da Boate Kiss, o Teatro Nacional foi fechado por recomendação do Corpo de Bombeiros e do Ministério Público, por não atender a normas de acessibilidade e segurança vigentes. Foram identificados 132 não conformidades. No mesmo ano, a então Secretaria de Cultura realizou licitação e posterior contratação do projeto executivo de reforma.
A complexidade arquitetônica do projeto e sua ousadia quanto aos recursos tecnológicos pretendidos resultaram em um orçamento total de mais de R$ 200 milhões. Nos anos seguintes, a crise econômica do país e, em especial, a constatação de uma delicada situação financeira do DF tornaram inviável a realização da obra como um empreendimento único, que demandaria a execução do valor integral previsto no projeto.
No governo Ibaneis Rocha, avaliou-se que a melhor alternativa seria a adequação do projeto executivo de forma a permitir a realização da obra em etapas, gradualmente, de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros. Tal encaminhamento permitiria que, em uma primeira etapa, fosse reaberta a Sala Martins Pena, e em etapas posteriores as Salas Alberto Nepomuceno e Villa-Lobos e o Espaço Dercy Gonçalves.
No final de 2019, a Secec captou, junto ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, R$ 33 milhões, que seriam destinados à reforma da Sala Martins Pena. Foi assinado o convênio com a Novacap para elaboração do processo licitatório de obras.
Formou-se um Grupo de Trabalho, com um mutirão de técnicos e engenheiros e a presença dos gestores da Cultura e da Novacap. No entanto, a falta de documentos e as inconsistências técnicas no projeto originário desenharam um verdadeiro périplo para entregar o projeto básico para a Caixa liberar o recurso.
Foram mais de 400 plantas refeitas, e a equipe atendeu a mais de 2 mil pedidos de ajustes. Com o tempo exíguo e a urgência da reforma, o GDF resolveu desistir, em dezembro do ano passado, do Fundo por meio de distrato e aportar diretamente o recurso para o restauro.
A Sala Martins Pena
Inaugurada oficialmente em 1966, a Sala Martins Pena possui capacidade de 407 lugares, palco de 235 m², com 12 m de abertura e 15 de profundidade, um elevador e 15 camarins. No foyer, conta com painel de azulejos de Athos Bulcão e é bastante utilizada para exposições. Possui um busto de Ludwig Van Beethoven, doado pela Embaixada da Alemanha. Destina-se a saraus, performances, lançamentos de livros, coquetéis e exposições, com área de 412 m².
Um dos destaques da Sala Martins Pena é a obra Painel Acústico, de Athos Bulcão, localizada na parede direita (visão do palco). A obra é formada por 23 conjuntos de quatro peças de madeira envernizada, fixadas no topo da parede, dispostos em alturas variáveis. A obra tem uma variação contínua de altos e baixos relevos e é de 1978. O estudo de cores dos estofados, carpete e cortinas é assinado pelo artista.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF