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16/02/2022 às 16:55
O Íris foi doado pela prefeitura de Campo Grande e vai garantir mais agilidade, cuidado e transparência no atendimento a vítimas de violência no DF
Reconhecido como uma ferramenta importante no enfrentamento à violência contra a mulher, o sistema Íris, da Prefeitura Municipal de Campo Grande (MS), passa a ser utilizado pela Casa da Mulher Brasileira (CMB) do Distrito Federal. O termo de cooperação técnica para a doação do sistema à Secretaria da Mulher do DF foi assinado nesta quarta-feira (16), em uma reunião virtual.
O Íris foi criado em 2016, em parceria com a Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec ) e a Secretaria de Governo do Mato Grosso do Sul (Segov) e, por meio dele, todo o fluxo de atendimento realizado na Casa da Mulher Brasileira passa a ser informatizado, desde o cadastro inicial até o encaminhamento da vítima para os órgãos responsáveis, tornando os processos mais ágeis, transparentes e seguros para os envolvidos.
O Íris permite um intercâmbio de informação entre os profissionais que estão trabalhando pelo acolhimento da vítima, bem como evita que ela tenha que recontar sua história a cada vez que procurar uma ajudadireita
“A doação do Sistema Íris vai além da cessão de uso. Também estamos oferecendo um olhar atento a uma das causas mais importantes, que é a segurança da mulher brasileira. Estamos felizes em poder ajudar a CMB do DF com nossos recursos tecnológicos”, reforça o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad.
Para a secretária da Mulher do DF, Ericka Filippelli, a necessidade da construção de um sistema integrado no combate à violência de gênero é um sonho para estados e municípios. “O sistema Íris é o primeiro passo a ser dado. Ele representa a possibilidade de integração entre todos os entes – Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Ministério Público, delegacias –, que irão ter acesso às informações sobre a mulher que chegarem à Casa da Mulher Brasileira. Isso agilizará o atendimento da vítima e evitará a revitimização, além de possibilitar o monitoramento e a avaliação das políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres”, comemora a secretária.
Na prática, todas as mulheres atendidas da Casa da Mulher Brasileira, que fica em Ceilândia, terão registrados seus dados e todo o caminho percorrido na luta por seus direitos. Assim, será possível conhecer todo o histórico delas, saber quais os atendimentos receberam e por quais órgãos passaram.
Como funciona
O Íris permite um intercâmbio de informação entre os profissionais que estão trabalhando pelo acolhimento da vítima, bem como evita que ela tenha que recontar sua história a cada vez que procurar uma ajuda. Pelo cadastro online, é possível acompanhar quais as providências a delegacia, o Ministério Público, a Defensoria Pública, por exemplo, adotaram em relação ao caso. Com apenas um acesso, fica fácil saber se a vítima procurou, ou não, atendimento psicossocial, se fez denúncia e outros dados importantes que, inclusive, poderão ser usados em um futuro processo judicial.
A Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, foi a primeira a ser inaugurada no Brasil, em 2015, e passou a usar o Íris no ano seguinte. De lá para cá, foram atendidas mais de 37 mil mulheres vítimas de violência, todas cadastradas pelo sistema.
Depois da assinatura do termo entre a prefeitura de Campo Grande e a SMDF, o próximo passo será a criação da Comissão de Coordenação do Plano de Trabalho entre os partícipes, bem como a disponibilização do código fonte e o alinhamento do sistema que será usado pela Secretaria da Mulher.
Participaram do evento online a secretária da Mulher, Ericka Filippelli; a secretária executiva da SMDF, Vandercy Camargos; a subsecretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SMDF, Irina Storni e a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Brasília, Andrezza Moresco.
Também estavam presentes a subsecretária de Políticas para a Mulher da Prefeitura Municipal de Campo Grande, Carla Stephanini; a superintendente da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, Tai Loschi; o diretor adjunto da Agetec, Edinei Lemes, e a diretora de Desenvolvimento e Gestão de Sistemas, Patrícia Nogueira Gomez.
*Com informações da Secretaria de Mulher