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06/03/2022 às 11:00, atualizado em 07/03/2022 às 08:34
Conheça a história de Ivone Alves, auxiliar de enfermagem que comoveu os colegas do Hospital Regional do Gama; sua longa reabilitação foi feita na unidade de saúde
Quem trabalha no Hospital Regional do Gama (HRG) provavelmente conhece ou, pelo menos, ouviu falar de Ivone Alves. Há 13 anos, ela atua como auxiliar de enfermagem da Secretaria de Saúde. Enquanto anda pelos corredores do HRG, é cumprimentada por médicos, enfermeiros, seguranças e auxiliares de limpeza. “Eu já era conhecida, mesmo antes da covid”, comenta a servidora.
Recuperação
A servidora ficou acamada por meses. Teve alta ainda sem caminhar. “Eu não conseguia sequer me sentar. No dia que consegui ficar de pé, todos se emocionaram”, conta Ivone. Aos poucos, ela foi dando os primeiros passos pela casa, pela rua, até conseguir dar a volta no quarteirão onde mora. O irmão, que é fisioterapeuta, ajudou com a recuperação, mas a longa reabilitação foi feita no HRG. “Tenho muita gratidão por todos que cruzaram o meu caminho e me ajudaram de alguma forma”, destaca Ivone.
“Eu tenho que enfrentar a vida. Se eu passei por tudo isso e voltei, eu vou viver” – Ivone Alvesesquerda
“Todos achavam que eu não sobreviveria ou ficaria com sequelas graves”, relembra. Contrariando as expectativas, Ivone teve apenas queda de cabelo e, atualmente, tem algumas falhas de memória e cansa com frequência. “Mas isso não é nada comparado à minha vida”, comemora.
Depois de recuperar os rins, tratar e fechar as feridas e voltar a caminhar, o próximo desafio: retornar ao trabalho. Durante toda a recuperação, Ivone teve acompanhamento psicológico e, nesse momento, foi a hora de a psicóloga intervir. “Ela me fez perceber que nada me impedia de voltar a trabalhar, só o meu medo”, conta. Por isso, Ivone traçou uma estratégia. Iria ao serviço por dois dias, para ver como se sentia. Se não ficasse bem, pediria afastamento.
Ivone voltou a bater o ponto no HRG em 2 de fevereiro. Chorando, foi recepcionada por todos que, de perto ou de longe, acompanharam toda a sua batalha. “Foi uma festa. Fui muito bem acolhida e isso foi muito importante para mim”, afirma. Assim, passaram-se os dois dias, a primeira semana, 15 dias. “Decidi que não ia ter afastamento. Só vou parar de trabalhar quando me aposentar mesmo”, comenta, rindo. “Eu tenho que enfrentar a vida. Se eu passei por tudo isso e voltei, eu vou viver”, fala, com emoção.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF