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13/03/2022 às 12:06, atualizado em 13/03/2022 às 13:20
Emprego da tecnologia no campo ajuda a evitar perdas na produção e proporcionar colheita durante todo o ano
“O cultivo protegido controla o ambiente da produção agrícola e, consequentemente, garante maior competitividade e renda ao produtor rural. Por isso, essa tecnologia tem sido amplamente utilizada por diversas categorias de plantas, como flores, hortaliças, folhosas e frutas” – Claudinei Machado Vieira, engenheiro-agrônomo da Emater-DF em Ceilândiaesquerda
Altas temperaturas, excesso de chuvas ou secas, granizo, geadas e pragas sempre preocuparam o produtor rural. O uso de tecnologias que garantam a proteção física dos plantios contra as adversidades climáticas é sinônimo de colheita bem-distribuída ao longo do ano, permitindo ao agricultor colher tanto no período de seca quando no chuvoso. Em 2020, 409 produtores rurais do DF usaram o cultivo protegido em mais de 290 hectares, potencializando a produção de 15 mil toneladas de alimentos.
De olho na produtividade agrícola, a Emater-DF é uma ponte que liga as empresas de pesquisa, que desenvolvem as tecnologias voltadas para o campo, e o agricultor. O resultado desse trabalho se traduz em números. Segundo dados da Gerência de Desenvolvimento Econômico da Emater-DF, em 2020, mais de 290 hectares foram cultivados em ambiente protegido em todo o DF. Em Brazlândia, a tecnologia é empregada em pelo menos 71 hectares e permitiu que, no mesmo ano, fossem produzidas cerca de 3 mil toneladas de alimentos.
A região do Gama também possui expressividade no tipo de cultivo, com 52,66 hectares de área plantada no formato de sistema protegido e possibilitando a produção de 1,5 mil toneladas de alimentos. Algumas regiões do DF são mais adeptas à implantação da tecnologia do que outras. O engenheiro-agrônomo Claudinei Machado Vieira, da Emater-DF em Ceilândia, explica que o uso da técnica garante a proteção da cultura contra fatores externos como pragas, doenças, temperatura, umidade do ar, radiação solar, vento, entre outros que podem prejudicar o desenvolvimento da produção.
São construídas com estruturas rígidas, normalmente de madeira, PVC ou ferro galvanizado e são cobertas por plástico, vidro ou outros materiais, como lona. É possível construir estufas simples, de baixo orçamento, ou com estruturas mais robustas, com equipamentos automatizados, como ventiladores, sistemas de irrigação e resfriadores de ar.
Existem também os túneis plásticos, que são estruturas muito semelhantes às estufas, mas em tamanhos reduzidos. A diferença é que eles são construídos mais próximos ao solo, o suficiente para cobrirem a vegetação ou permitirem a passagem de pessoas. Eles também são cobertos por filmes transparentes fixados em uma estrutura mais rígida. A grande vantagem dos túneis plásticos é a simplicidade da sua instalação, que não exige um grande conhecimento técnico especializado.
Há ainda a cobertura com mulching, material muito usado para o controle das propriedades do solo. Essa técnica consiste em distribuir uma cobertura seca na região próxima às raízes das plantas, promovendo a conservação da umidade, dos nutrientes e da temperatura, além de conter ervas daninhas, erosões e doenças típicas do solo. As coberturas costumam ser feitas com restos vegetais ou plásticos próprios para essa finalidade.
O mulching é um excelente aliado no uso consciente da água nos cultivos por diminuir as perdas por evaporação e, consequentemente, a demanda por irrigação, que é essencial no cultivo protegido. O uso da irrigação garante a hidratação das plantas, uma vez que o ambiente protegido impede o contato com água da chuva, como acontece a céu aberto.
Vantagens e desvantagens
Segundo o extensionista da Emater-DF Claudinei Vieira, as maiores vantagens da adoção do cultivo protegido são o aumento na produtividade, qualidade da produção, receita obtida da comercialização e redução significativa no uso de pesticidas, que gera menores custos de produção e garante produtos mais saudáveis.
“Outra grande vantagem do cultivo protegido é a possibilidade de produção o ano todo, permitindo que os agricultores aproveitem a sazonalidade do mercado e os preços mais altos. No entanto, o agricultor precisa dispor de um alto custo para a infraestrutura inicial e ainda falta mão de obra qualificada que saiba usar a técnica corretamente”, pontua.
Além do alto custo, como aspectos negativos, algumas pragas e patógenos, que são transmitidos pelo solo, são difíceis de gerenciar no cultivo protegido, que requer monitoramento rigoroso. O reparo e a manutenção também são apontados como desvantagens do uso de um ambiente controlado na agricultura.
*Com informações da Emater-DF